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Achiles
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Sex Jun 17, 2022 11:46 am
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Capitulo 2 - Ticket To Ride


[ Caçadores de recompensa]Kimberly Deshayes, Leonheart Valentine, Matteo Martini e Myriam Leuchten

não possui narrador definido.
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Ravenborn
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Sáb Jun 18, 2022 11:11 pm
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ticket to ride

The girl that's driving me mad is going away, yeah, oh


- Yawn...já é de manhã? - eu acordei, dando um longo bocejo. Ainda meio sonolento, levei um tempinho pra reparar que estava no quarto do hotel que tinha alugado no dia anterior. Não era lá o lugar mais luxuoso da ilha, mas até que dava pra gasto. - Será que eles têm café da manhã por aqui? - eu me levantaria da cama, juntando meus pertences espalhados pelo quarto e colocando a mochila nas costas. Tinha um dia longo pela frente.

Saindo do quarto, eu daria uma passada rápida no banheiro para lavar o rosto antes de descer as escadas até o andar debaixo, onde eu procuraria a senhora que tinha me atendido ontem. - Tá aí, a chave do quarto 5. - eu a entregaria, já que só tinha alugado o quarto por uma noite - Vem cá, vocês servem algo pra comer no café ou é melhor eu procurar uma lanchonete aqui por perto? - eu provavelmente ia passar umas boas horas trabalhando nas armas de todo mundo, e eu com certeza não queria fazer isso de barriga vazia. Se pudesse tomar café da manhã ali mesmo, ótimo, mas do contrário  procuraria algum outro lugar por perto pra fazer o desjejum.

Na hora de escolher, tentaria pegar algo barato, mas que ao menos parecesse gostoso - um sanduíche com um refri ou suco cairiam bem, por exemplo. Durante a refeição, porém, minha mente estaria em outro lugar, conforme eu ia desenhando mentalmente os projetos das armas que ia fazer pra mim e pros outros. Eu precisava de uma pistola decente, pra começar, e a lança do Leon tinha virado palitinho na luta contra o Toth. Pra Myr, uma espada das grandes parecia uma boa, e a Kim certamente poderia usar um chicote mais bem feito. - Heh. - isso ia ser bem divertido.

Não era um trabalho trivial, claro, mas criar coisas assim era minha paixão, e já tinha um tempo que eu não podia só parar e mergulhar de cabeça nessas ideias sem me preocupar. Terminando de comer, eu deixaria o local e voltaria para as ruas de Stevelty, pensando no meu próximo destino. - "Tá, eu já tenho as ferramentas, mas preciso de um lugar pra fazer isso. De preferência um com uma fornalha." - eu cocei o queixo, indeciso. Pelo menos ainda devia ter bastante tempo até nos encontrarmos na casa da Myr, mas quando terminasse, eu duvidava que fosse estar lá muito...apresentável. Era melhor ficar pronto pra arrumar umas roupas novas e tomar um banho também.

Com um plano em mente - ou quase isso - eu daria uma volta pelas ruas da cidade, procurando algum lugar que pudesse usar para preparar tudo. Felizmente, Stevelty era uma ilha bem avançada, o que facilitava bastante a minha vida; e fazia dela um ótimo lugar pra turistar um pouquinho.



Histórico:

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Post 01

Stevelty

Level 4




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Ceji
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Seg Jul 04, 2022 2:55 pm
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Ceji
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TICKET
      TO RIDE
         
Preparações Cautelosas
Parte I



Novamente meus olhos se abriam em meio aquele quarto estranho de hotel, mais uma manhã naquela desagradavel ilha. Mesmo que já estivesse ali a um bocado de dias, eu sabia que nunca me acostumar com aquela vista, com aquela sujeira que pairava no ar denso da cidade. Mesmo de janelas fechadas, o ar era totalmente diferente dos ventos marinhos, e nos primeiros momentos precisava de mais força para inspirar, como se não fosse ar que entrasse em meus pulmões, mas algum tipo de lodo ”Toda manã é isso… Quando Myriam terminar o navio, eu vou fazer questão de não esperar um mísero segundo para sair da ilha” Pensava, tentando conter a frustração e a saudade. Mesmo que eu também tivesse muitas memórias ruins em alto mar, eu não conseguia abandonar essa parte de quem eu era, e sentia que só iria me alegrar um pouco quando saísse em definitivo de Stevelty.

Finalmente me levantando, logo começaria meu ritual matutino de higiene, incluindo um belo banho para ter certeza que nenhuma sujeira de Stevelty havia grudado em mim durante a noite. Por fim, vestiria-me com a roupa nova, a que comprei na ilha mesmo, para evitar qualquer risco de sujar minhas outras roupas, ao menos por hora. Plenamente higienizada e arrumada, pegaria minha bolsa com meus pertences e sairia do quarto, pronta pra mais um dia "Parando pra pensar, Matt havia dito que iria procurar algum hotel, espero que ele não tenha ido parar em alguma espelunca pior do que essa" Pensava, embora aquele hotel não fosse ruim, não comparado aos outros da ilha. Indo ao primeiro andar, verificaria se havia café da manhã por parte do hotel, ao qual comeria se houvesse, e depois iria à recepção pagar minha diária. Se por uma coincidência do destino ele tivesse vindo para o mesmo hotel, o cumprimentara - Bom dia, Matteo - Mas não gastaria tempo demais, pois tinha coisas a fazer na cidade ainda

Deixando o hotel, caso não houvesse tomado café da manhã, buscaria algum estabelecimento que vendesse café da manhã, preferencialmente em área interna. Não queria ficar exposta a poluição asquerosa daquela ilha enquanto comia, mas, principalmente, quereria evitar ser vista caso Leonheart passasse procurando por Mateo; repetir o ato vergonhoso da última vez que compartilhamos uma refeição certamente faria mais um pedaço de mim morrer por dentro. Eu achava que era boa em entender as pessoas e as prever, mas Leonheart era um ponto fora da curva que eu nunca esperava encontrar igual. Mesmo que agora estivesse começando a entender seu comportamento, isso não tornava sua mente menos alienígena pra mim, e isso me preocupava "Preciso estudar mais sobre padrões de comportamento e pensamento, mas... Aonde eu poderia encontrar alguém para me ensinar?" Eu pensava, mas é claro que a resposta era óbvia. Eu precisaria de um psicólogo, que estariam em uma clínica psiquiátrica. Porém, simplesmente entrar pela porta de um exigindo que me ensinasse seria deselegante e desconfortável, então antes de qualquer movimento, precisava ler mais sobre o assunto "Vamos lá, onde é que havia uma biblioteca ou livraria mais profissional por aqui, mesmo?" Pensava após terminar e pagar o café da manhã caso houvesse comido fora, tentando lembrar baseada nas minhas andanças pelo distrito comercial a não tanto tempo atrás, quando busquei por lojas de roupas.

Lembrando ou não, logo sairia em busca de um estabelecimento que cumprisse minhas expectativas. Caso achasse uma boa biblioteca, logo buscaria pelas estantes mais profissionais por um livro de psicologia, ao qual pegaria para ler com calma e atenção; tomando o meu tempo, afinal, duvidava que Myriam fosse acabar o navio tão cedo. Caso não achasse uma blicoteca, mas encontrasee livrarias, iria na mais respeitável que achasse, buscando pelas prateleiras com livros acadêmicos e profissionais, em busca de um livro sobre psicologia. Eu o compraria se visse ter informações o bastante, e, se houvesse local no próprio estabelecimento iria ler lá. Se não, buscaria um local mais calmo para ler, ou retornaria para o hotel caso não achasse nenhum outro local. Assim, começaria a leitura, simultamente construindo meu plano de como conseguir o importante tutor.

Histórico Ceji:

Objetivos:

         
KIMBERLY DESHAYES
 

       
cactus


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Hoyu
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Sex Jul 08, 2022 12:37 am
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Leonheart Valentine


Não lembrava muito da noite anterior. As memórias em minha mente eram vagas, me recordava da reunião que fizemos no restaurante, de comermos e bebermos e nos separarmos, mas o resto ficava confuso e borrado quanto mais tentava lembrar. Talvez tivesse bebido muito vinho, mas o fato é que não lembrava nem de para onde eu havia ido após nos despedirmos, e quando abri os olhos para ver que estava deitado no canto da rua, caído no chão como se fosse um mendigo, não pude deixar de ficar em choque, me levantando rápido e tentando me limpar o melhor possível. - Droga, essa roupa era novinha! Vou ter que lavar depois... - Aquela poluição toda de Stevelty não ajudava muito, só esperava não estar todo coberto de fuligem, o que seria bem pior. Caso Anais não estivesse ali pelo meu lado, assobiaria para tentar chama-la e descobrir sua localização. - Nana! Cadê você?

Ela estando lá ou a encontrando, iria para perto da mesma, tentando usar seu enorme corpo para esconder meu estado enquanto andava pelas ruas da ilha. - Você só tinha um único trabalho, Nana: me impedir de fazer merda. Podia ao menos ter me carregando para algum lugar decente. - Minha prioridade seria encontrar um banheiro público ou algum lugar qualquer com privacidade que pudesse trocar a roupa que estava usando pela minha usual. Ainda vestia o conjunto da noite anterior, na qual foi encontrar os outros montado como mulher que arrancou reações hilárias dos três, mas com ela suja era melhor vestir minha roupa comum mesmo. Myr havia se proposto a resolver a questão do barco, mas isso não seria rápido, então o que precisava era matar o tempo, e por mais que gostasse de mais emoção, decidi procurar alguma biblioteca ou livraria para dar uma estudada: podia ser chato, mas quando havia feito minha roupa no dia anterior, não chamei tanta atenção quando desejava, então precisava procurar técnicas novas para melhorar ainda mais minhas roupas e os seus materiais.

Já com a roupa trocada e carregando pela mão direita a mochila de rodinha de princesa, assim que encontrasse algum lugar apropriado, sairia entrando sem cerimônia, sem me importar de falar para Anais me esperar do lado de fora, uma vez que acreditava que deveria vir junto. Se, novamente, tentassem travar sua entrada, olharia irritado para o funcionário. - De novo? Será que vocês dessa ilha não conseguem deixar ela em paz? A Nana vai se comportar! - Esperava que aquilo fosse o suficiente, mas se não fosse, buffaria irritado. - Espera lá fora, querida. Melhor evitar estresse. - Mesmo assim, olharia bem pro funcionário, transmitindo todo o meu ódio. Se meu objetivo não fosse buscar livros sobre costura, não desistiria tão fácil dos direitos da equina, mas meu interesse em buscar novas técnicas estava falando mais alto.

Entretanto, minha reação seria totalmente diferente se o aviso sobre a entrada de Anais viesse de um homem bonito. - Oh! Mil perdões! Como pude ser tão distraída? Vou resolver isso já já, pode deixar. - Surpreendentemente muito mais prestativo, a guiaria de volta para a entrada. - Me da uma força nessa para parecer responsável e me espera aqui fora. - Voltando, faria questão de passar na frente do funcionário bonito para que ele vesse que o cavalo não estava mais me acompanhando, para enfim buscar um livro sobre o uso de pele no vestuário, incluindo sua extração e tratamento.




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Malka
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Seg Jul 11, 2022 8:11 pm
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Malka
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Myriam Leuchten
adv 2

Stevelty - North Blue
POST 01






O vento frio da manhã me acorda finalmente, entretanto, não sabia se realmente era tão frio, ou se cabia de ser só minha imaginação me pregando peças cruéis num dia ruim. A janela devia estar aberta como de costume, já que meu pai costuma deixar o lugar arejado no raiar do sol, que é quando o trabalho começa. O sangue que fluía e fervia na noite anterior hoje se via sereno, em mais um dia dormido na terra da fumaça.

Hoje era diferente.

"Eu odeio meu aniversário...". Agarrada na espada da minha mãe, antes mesmo de me arrumar, daria um suspiro pesado. Mesmo lutando e treinando por anos, o peso dela era ainda maior do que ontem. Pulando pela janela, caminharia até o jardim externo tentando não tomar alarde, encarando a sepultura que ali se encontrava: um túmulo singelo, em um lugar de folhas quase mortas, esquecido pelo tempo. Em sua frente, suas flores favoritas, o presente de meu pai em sua despedida; ao lado delas, uma pequena pá de jardinagem deixada por Yose — aonde ele foi, segundo ele mesmo, não precisaria mais dela. A meus olhos sobrava somente mais um espaço, a convicção da última pessoa de esquecer aquilo e seguir sua vida.

Capitulo 2 - Ticket To Ride EGVg5Dh

"Odeio meu aniversário", meu punho se fecharia, fraquejando junto a meus joelhos que aos poucos me deitariam na grama, "Não posso ter orgulho do dia que nasci, se foi nele que te tirei deles, que matei quem mais me amou...". Em relento, faço daquela coroa de flores meu travesseiro, e da briza o cobertor.

[. . .]

Após algum tempo provando do toque gelado daquela pedra no que seria a última vez em um bom tempo, e me confortando com a lembrança falsa de minha mente da Stevelty cheia de cor graças às flores de Ranná, me levantaria. De joelhos, arma em punho, faria meu juramento. Os olhos marejados, mas não deixaria uma única lágrima cair até que minha voz cessasse — Eu, Myriam Leuchten Cabanashe, aquela do sangue maldito, do cenho endiabrado  e das mãos calejadas. Única retentora de minha casa, minha família e meu sonho... — engasgando por um segundo, apertaria a espada com a outra mão pela lâmina – para não cortar a mão teria de manter o aperto firme, e minha concentração alta, o que me impediria de fazer voz de choro ou de fraqueza — Juro, que serei as asas de quem não pode alçar vôo, o fogo quem padece no frio, e o sangue de quem já não o corre nas veias. Serei o ferro que não entorta, não derrete, a lâmina que salva e o escudo que protege. Não vou deixar seu nome esvanecer em vão, mãe... — e assim fincaria a nossa espada uma última vez no solo, logo atrás do túmulo como se fosse bela uma cruz de ferro. Era quase como se seu propósito nunca houvesse sido lutar, mas simplesmente decorar a natureza doce da mulher como um belo rosário.

Ajoelhada e em oração de mãos juntas, finalmente me poria a chorar. Visto minha condição, o gosto metálico das lágrimas de sangue não tardariam a ocupar o espaço da água salgada, manchando de vermelho vivo meu rosto e vestes. Voltaria então para a casa e aproveitaria o momento para tomar meu remédio e desfrutar de um bom banho. Nele, ainda com a mente tumultuada de um momento tão cheio na minha vida, pensaria sobre nosso grupo. Como, repentinamente, passei a depender de Matt, Kim e Leon, em como passei a noite reimaginando nossa última aventura e pensando em como seria nosso próximo tempo juntos. "Será que é o mesmo com eles?" encolheria os braços e pernas no corpo, muito ansiosa, fantasiando com a possibilidade.

De forma ou de outra, o projeto do barco havia de avançar. Vestindo minha roupa usual, diferente das quais usei no dia da batalha na floresta devido a seus estados ou de desgaste ou de sujeira, daria um beijo na testa do pai sem dizer muito e sairia em busca de algum lugar para buscar informação sobre a construção do navio. Como era um projeto de honra, mesmo que já pudesse o construir, tinham alguns detalhes que faltavam e ficar importunando meu pai por isso estava começando a ficar chato. Visto uma dificuldade ou outra com os sistemas mais complexos que estava preparando no leme e nas velas, iria atrás de alguma livraria ou biblioteca na região próxima onde encontrasse conteúdo escrito sobre técnicas de mecânica. Máquinas num geral sempre foram uma leve incognita para mim, mas menos por minha falta de tato e mais pelo meu apego pessoal maior na arte acessível e construções massivas províndas da madeira. Sou uma cria da serragem, não da ferrugem, mas um verdadeiro artesão é um mestre de tudo que faz, certo? Aqueles seriam os mecanismos mais rápidos e suaves do North Blue, isso eu prometo.


RED LIKE ROSES FILLS MY DREAMS, AND TAKES ME TO THE PLACE YOU REST


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Ficha:

Histórico:

Atributos:
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FALA | PENSAMENTO

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Kekzy
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Ter Jul 12, 2022 8:57 pm
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Kekzy
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Uma manhã levemente chuvosa em Stevelty jogava a temperatura por volta dos 15ºC - ainda era cedo e logo o sol esquentaria rapidamente a cidade para a sua temperatura usual se a chuva não piorasse. O dia parcialmente nublado somado com a camada de poeira que pairava acima da cidade conferia à ilha um aspecto escuro. Se eram nove da manhã, parecia que ainda eram quatro horas da matina e o sol estava para nascer.

A ilha contava com um sistema de iluminação artificial para lidar com esse problema. Uma inovação tecnológica que dificilmente seria vista em outros lugares. Postes elétricos espaçados em todas as ruas principais garantiam uma segurança e conforto extra. O poste que Leon encontrava-se escorado piscava, iluminando elu em meio ao cenário mais escuro. Acordava com a leve garoa caindo sobre si, ainda sem se molhar tanto - uma das vantagens de estar cercado por prédios altos que pareciam ter sido empilhados em desordem. Em outras ilhas, os prédios cresciam verticalmente respeitando a margem da rua, mas aqui eles se projetavam sobre ela. As ruas eram largas, mas ao olhar para cima o espaço se afunilava com a quantidade de protuberâncias que brotavam dos prédios: eram grandes canos metálicos que cortavam a rua e conectavam os dois prédios opostos, os postes que surgiam das paredes e se curvavam até as ruas, estruturas metálicas que talvez servissem como varandas, chaminés que cuspiam fuligem e mais canos e canos que eram, na verdade, gasodutos, oleodutos, ardutos e até mesmo passagens "secretas" particulares.

A cidade em si tinha um brilho metálico e para onde se olhasse se encontraria tons de cinza a bronze, variados pela quantidade de ferrugem que se encrustava nas estruturas; metal novo e metal velho se encontravam lado a lado, dando um aspecto único e peculiar para a cidade. Matteo parecia animado com o amanhecer, diferente de Kimberly. Ambos acordavam com energias bem diferentes e os cuidados básicos eram uma tarefa mais penoso para ela que para ele. Descessem pela escada que ecoaria os seus passos ou pelo elevador que daria uma aventura sob um som extremamente suspeito de algo quebrando crack, crack, crack! a cada movimento da roldana que o movimentava, os dois se encontrariam na recepção, próximo à saída da estalagem.

Os dois colegas se dirigiam até a uma livraria e café próxima. Era uma construção verticalmente alta, com os dois andares inferiores repletos de estantes de livros e um andar dedicado à leitura silenciosa e outro na cobertura do prédio para café e livros, onde conhecidos passavam o seu tempo desfrutando juntos. Aqui a engenhosidade chamada elevador era menos suspeita e as escadas mais longas e cansativas. Kimberly e e Matteo podiam passar algum tempo juntos sentados sob o guarda-sol, que na verdade era um guarda-poeira, enquanto a nobre donzela estudava um livro de psicologia titulado Mistérios da mente humana, com um subtítulo bem tímido "E outras raças", emprestado da livraria, o qual poderia pagar uma bagatela de B$ 250.000 para levá-lo. O lanchinho que era trazido por um robô de rodinhas e corpo quadrado, com um braço mecânico que terminava numa bandeja seguia o cardápio de algumas iguarias encontradas na ilha, dentre as quais se destacavam, além de comidas comuns:

Cardápio:

Certamente se sentissem a vontade poderiam encontrar um genuíno restaurante para mais variedades. Quem não precisava sair e podia fazer um lanchinho em casa era Myriam. Em falar na garota, está deixava o túmulo de sua mãe com o coração pesado. Quantos Leuchten não encontravam-se a sete palmos abaixo da terra por aquela infame maldição? Tal como parecia ser o destino destes, a pétala de uma flor jovem traçava a rodopios o seu caminho pelo vento, manchada pela fuligem de Stevelty, até cair suavemente nas mãos de Myriam. Soubesse ou não, era uma pétala da flor favorita de sua mãe Ranná, uma florista em meio a cidade de metal.¹

Noutro lugar, Leon se sacudia e fazia uma nuvem de poeira em volta de si, tossindo involuntariamente. Anais saía da cobertura estratégica de uma varanda, limpinha em folha, desfilando na frente de Valentine, com um orgulho pomposo. Não sabia dizer se era por estar limpa e elu não ou por eventos da noite passada que não se recordava bem. Fato é que Anais estava de -- doce para não ser montada. Não passava de uma ato cênico, mas quem sabe não recebesse uma cerejinha por ter que sujar seus pelos tão limpinhos. Conseguisse seu objetivo ou não, levaria Leon, mais ou menos chateada, até a livraria e café em que Matteo e Kimberly se encontravam.

Sem perguntar ou esperar, elu e Anais adentravam pela porta automatizada que se abria em um arrastar metálico nada delicado ao se aproximarem. Era estranho um cavalo entrar na livraria? Era. E olhavam para ambos? Olhavam. Entre os que olhavam, estava a Celestial Myriam; uma hora os olhares estavam sob ela, noutra no recém-chagade. Com seu acervo sobre mecânica em mãos, podia segui-los até o andar superior ou buscar um recinto mais tranquilo. Um dos funcionário até quis se opor a entrada do animal, mas quando pensou no que falar para reagir, ambos já estavam subindo para os andares superiores. Podia se trocar e se higienizar por ali mesmo no banheiro local e ao subir para o último andar encontraria Matteo e Kimberly, que não teriam chegado há muito tempo. Encontraria as mesmas condições descritas que eles, sem dificuldade para obter um livro sobre o conteúdo desejado, com o mesmo preço narrado se desejassem levar, podendo-se juntar e aproveitar um tempo junto ao grupo e fazer o seu pedido, o qual seria atendido pelo sofrido robozinho que ao andar fazia um trunc, trunc, trunc que parecia que iria desmontar.

Passado um tempo do oportuno reencontro, os rumos de Matteo divergiam, e este encontrava uma fornalha próxima ao Centro Científico, uma construção imponente que era de abismar os olhos, uma construção em formato circular com dezenas de janelas e tubulações crescendo como vinhas ao seu redor, as quais algumas desbocavam em grandes chaminés que expeliam uma quantidade absurda de fumaça branca e preta, a variar de tubulação para tubulação. A forja que o Martini tinha encontrado possuía uma área aberta, onde um ferreiro trabalhava; era meramente para fins de publicidade, pois a maioria dos pedidos era feito internamente nas demais fornalhas. Não tinha muito mistério, quem trabalhava na parte externa era uma ferreira ruiva de orelhas pontudas e estava bastante focada em seu trabalho. O que tinha de interessante ali era que muitos processos da forja clássica eram mecanizados, o que não passava despercebido para Matteo. Em vez do ferreiro bater o martelo, quem o fazia era uma máquina operada por um sistema de roldanas e alavancas. A ruiva era uma ferreira que mais cuidava das máquinas que faziam o seu trabalho por ela do que ao contrário. Para lá e para cá pistões levantavam e abaixavam, coisas apitavam, roldanas giravam, correntes eram puxadas e faíscas se espalhavam. Com a rua bastante movimentada, ela nem notava a presença do rapaz que parava em frente a forja, observando a novidade.

[...]

Após algum tempo após Leon e Anais entrarem na livraria e se acomodarem, nos andares inferiores os funcionários perdidos não sabiam bem o que fazer. Tiveram que chamar o gerente para lidar com a situação, temendo que alguma hostilidade começassem no local. Para entrar com um animal no estabelecimento alheio só podia ser um baderneiro, não era? O gerente, com a coruja nos ombros, também um animal, mas não vinha ao caso já que ele era o gerente, chegava no andar em que Leon se encontrava, junto ao grupo ou não. — Oy, oy, oy - chegava falando, a fim de chamar atenção. E realmente podia chamar atenção por seu vestuário e venda, além do pet alterado mecanicamente, que contava com um fio que ligava os olhos mecânicos ao pescoço do homem. — Eu sou o gerente desse lugar, vocês não estão bagunçando aqui, estão? Recebi algumas reclamações que tinha um cavalo aqui - apesar de aparentemente não conseguir ver e não olhar para o animal, Leon se fazia de desentendido ao notar que era um homem forte e másculo, ao menos a cicatriz em seu rosto, que não tirava-lhe beleza, dava um aspecto de masculinidade. Se olhasse mais um pouco talvez acabasse não gostando, no entanto. — Não precisa, não precisa, só não espantem os outros clientes e não deixem o cavalo bagunçar as coisas - dispensava as simulações de Leon. Anais não parecia muito grata a ficar no local, no entanto, e já próxima ao homem, dava uma bufada irritadiça.

¹ Se decidir que a Myriam sabe, queria que contasse em flashback sobre o momento em que ela soube qual flor era a favorita da mãe. Pode criar toda a cena.

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Ceji
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Qua Jul 13, 2022 2:08 pm
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Preparações Cautelosas
Parte II



Em meio ao que pareciam resquícios de chuva, eu sentia que finalmente conseguiria respirar um pouco melhor naquela suja cidade de Stevelty. A poluição no ar estava sendo um empecilho desde que cheguei na ilha, pior do que qualquer cheiro desagradável que pudesse pairar no ar, mas naquela singela manhã, era como se ao menos parte da sujeira suspensa no ar tivesse sido varrida pela chuva, um milagre que eu esperava que durasse um pouco mais de tempo. Infelizmente, nem isso era o suficiente para salvar minha manhã, pois não muito tempo após ter começado a ler e tomar meu café da manhã com Matteo, a única pessoa que eu esperava não ver alcançava o estabelecimento, junto de seu chamativo alasão cor-de-rosa "Um minuto, eu só queria um mísero minuto de paz..." Suplicava silenciosamente, sem mais aguentar a presença de Leonheart arranjando confusão em todo lugar desde que o conheci na caçada nas ruinas.

Se havia um fio de esperança naquilo tudo, era que eu havia chegado antes de Leonheart, o que significa que poderia sair antes dele também, e quem sabe o despistar novamente - Bom dia, Myriam - Cumprimentaria-a, ignorando Leonheart e sem tirar os olhos do livro em momento algum enquanto prosseguia minha leitura e comia o sanduiche mais natural que houvesse naquele estabelecimento, o que provavelmente significava 0% natural. Pouco tempo depois, sentindo que já havia lido o bastante, devolveria o livro e prato ao estabelecimento, e pagaria a refeição, ignorando qualquer problema que Leonheart estivesse tendo com o gerente; dessa vez não era promlema meu "Espero que essa leitura seja o bastante" Pensava enquanto saia novamente pelas ruas de Stevelty preparada para ir atrás de um tutor de psicologia... Ou, bem, quase pronta. Mesmo que a cidade não estivesse tão suja quanto ontem, Stevelty continuava imunda, e eu não queria passa pelo mesmo que passei após a caçada nas ruinas; assim, com meu dia finalmente iniciado, iria em busca de alguma lojinha em que pudesse comprar paninhos umidos descartáveis para higiene pessoal, para ao menos ter um recurso emergencial na minha bolsa.

Com as compras matutinas feitas, seria enfim hora de ir atrás de alguém que pudesse me ensinar Psicologia. Embora eu nunca houvesse ido em uma clinica, sabia que seria lá que encontraria um proficional da área, e sabia também ensinar não era exatamente o trabalho deles, talvez. Mas felizmente, pra isso eu tinha um plano. Buscando um escritório psiquiátrico na ilha, iria até a recepção do estabelecimento quando o encontrasse - Bom dia, eu gostaria de marcar uma sessão, o quanto antes puder. Quais são os horários mais próximos? - Questionaria a quem quer que cuidasse da recepção. Caso conseguisse marcar cedo, esperaria na clínica mesmo que tivesse que me distrair por algumas horinhas, quando então entraria no consultório. Lá, porém, após me sentar, não responderia o/a doutor/a. Uma rápida risada me escaparia, sem crer que estava em uma clínica terapêutica mesmo que para tentar extrair conhecimento, antes de cortar o/a psicologo/a - Sem ofensas, doutor(a), mas eu não estou aqui para falar de mim. Não falo sobre o meu passado, e não pretendo começar hoje. O que você pode saber é meu nome, Kimberly, e que tenho um interesse pela sua area e conhecimento. Você tem um diploma de psicologia, e eu tenho ao menos uma hora de consulta privada paga. Ah, e não posso esquecer, 300 mil berries adicionais de pagamento caso aceite minha proposta - Dizia, puxando o dinheiro. E mostrando - Então, você pode ficar uma hora aí esperando, pode cancelar a consulta e me reembolsar, ou pode sair com grande lucro dessa "consulta" fora dos moldes. O que me diz? Negocio fechado?

Ao Narrador:

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Última edição por Ceji em Seg Jul 18, 2022 7:26 pm, editado 4 vez(es)

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Uma coisa eu tinha que dizer: o Dante tinha falado a verdade quando disse que eu ia gostar de Stevelty. O meu primeiro dia na ilha tinha sido meio...conturbado, pra dizer o mínimo, e a gente acabou ficando a maior parte do tempo na floresta; e como ontem pela manhã ainda estávamos lá na aldeia dos minks, essa era a primeira vez que eu via o amanhecer de dentro da própria cidade. - É tipo acordar quando ainda tá de madrugada. - eu dei um sorriso, observando o céu pela janela, antes de descer pra recepção. Lá embaixo, pra minha surpresa, acabei me encontrando com...

- Ei, Kim! Bom dia. - eu cumprimentei a garota de cabelos verdes, ainda um pouquinho sonolento, dando um belo de um bocejo em seguida. - Sabe que pode me chamar só de Matt mesmo, né? Eu até prefiro, na real. - do grupo inteiro, Kim era a mais misteriosa. Provavelmente era do tipo que demorava mais pra se abrir com os outros, mas agora que íamos viajar juntos, dava pra no mínimo deixar a formalidade de lado. Nós acabamos indo juntos até uma livraria que tinha um café na cobertura, e eu me vi tendo que resistir à tentação de abrir um daqueles robôzinhos e abrir pra ver como funcionavam.

Bem, ao menos o cardápio parecia bom. - Haha, olha só esses nomes! Eu bem que podia aprender a fazer uns pratos assim pra mostrar pro Nicolò e as meninas depois. - aproveitando a oportunidade de comer algo diferente, eu pediria uma Pasta Térmica pra comer e, de sobremesa, o tal do Graxa e Borracha. Pouco tempo depois de fazer os pedidos, porém, várias figuras cor-de-rosa foram aparecendo no andar: primeiro Myriam, e depois Leon junto de Anais. - Mas em? A gente tinha marcado uma reunião aqui e eu não sabia? - eu disse, em tom de brincadeira e com um sorriso no rosto, mas me perguntando lá no fundo se beber na noite anterior não tinha me feito esquecer de nada importante. - Bom dia pra vocês, Myr, Leon, Nana. - eu os cumprimentaria, pronto pra me esquivar de qualquer avanço do Valentine.

Eu esperaria ansioso pela chegada da minha comida, com uma expectativa particularmente alta pra sobremesa, já que uma boa dose de chocolate era perfeita pra começar o meu dia. Aproveitando cada pedaço, eu ficaria de olho no que os outros escolhessem também, pra tentar ter uma ideia do que preferiam comer. - Eu vou resolver umas coisas na cidade depois de acabar aqui, mas...de que horas foi que a gente marcou na casa da Myr mesmo? Só pra eu não acabar me atrasando. - tiraria essa dúvida, e então, quando terminasse, me despediria de todo mundo, indo até o andar de baixo pra procurar por alguns livros. Pegaria um sobre Química, um sobre Lógica e até mesmo um sobre Culinária, se encontrasse - eu tava bem enferrujado na parte da cozinha, então seria legal voltar aos básicos.

Com a barriga cheia e os livros comprados, eu seguiria caminhando pelas ruas da ilha, admirando com brilho nos olhos a paisagem cheia de maquinaria e tubulações - que era o máximo, diga-se de passagem. Mas a parte impressionante de verdade foi o Centro Científico: era o tipo de lugar em que eu provavelmente poderia me perder por horas e horas sem ficar entediado, mas dessa vez, eu tinha um objetivo mais específico em mente. Quando encontrei a seção de forja, porém, foi que meus olhos brilharam de verdade. - Wooow...! - a mulher estava operando o que parecia ser uma forja automatizada, com máquinas cuidando de várias partes do processo. Era surreal...e exatamente o tipo de coisa que eu gostava de ver!

Me aproximando com animação - mas tomando cuidado com a forja, já que sabia bem como era fácil se queimar numa delas - eu bombardearia a ferreira com perguntas, sem tirar os olhos da máquina. - Essa forja que você tem aí é incrível! Todas as que vocês usam aqui são assim? É mais prático do que forjar convencionalmente? E aliás, como você faz pra controlar cada parte? - cara, eu precisava de uma daquelas. Então, me dando conta de que estava indo rápido demais, eu recuaria um passo e limparia a garganta antes de tentar outra vez. - Foi mal, eu me animei um pouquinho. Meu nome é Matteo, e eu tô atrás de uma forja pra fabricar algumas armas. Alguma chance de eu usar uma dessas daí? - perguntaria, cheio de expectativa.



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Stevelty

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Myriam Leuchten
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Stevelty - North Blue
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Estaria prestes a deixar o local, mas um último impulso faz meus passos mais lentos: assim como deixei um pedaço de mim naquela espada, vinha atrás de mim carregada pelo vento uma fração do que era aquele momento, possivelmente uma das pétalas das próprias flores que descansam ao lado do túmulo, para me acompanhar neste caminho até onde pudesse em uma das abas de meu vestido. Minha mãe gostava profundamente de camélias, dizia meu pai — quando eu era pequena, do ponto que cabia nos braços dele, ele me levou até a janela e apontou para o jardim, onde estavam as flores dela. Era um terraço singelo de camélias japonesas, de padrão vermelho e branco, que hoje em dia mal se sustenta. "Eram as cores dela", chegou a dizer, "um misto de branco e vermelho. Camélias vermelhas são sempre sobre o amor e paixão que você tem por algo, enquanto as brancas são sobre paciência e a espera. Ranná era muito frágil, uma das pessoas mais quietas e sutis que conheci, as vezes era até difícil de ver dentre o exagero de luzes e sombras da cidade, mas amava a todos como ninguém amou. Eu a conheci quando se machucou tirando um gato do telhado de um dos meus vizinhos na época. Ela sangrou tanto que quase não movia mais o braço, mas a tonta só sabia perguntar se o gatinho estava bem...".

As camélias são flores primaveris, precisam de muito cuidado para viver em um ambiente hostil a sua existência como o frio de Stevelty, e a única pessoa que tinha a delicadeza e esforço necessários para operar isso era minha mãe. Ainda assim, todo dia meu pai água e olha as flores. São poucas, frágeis, amareladas, e o chá feito de suas folhas já não tem mais sabor, mas todo fim de ano há uma nova leva viva e bela, pronta para decorar novamente a base de mármore da cama dela. Hoje tricolores, o tempo e terra desolada tornando as pontas de suas pétalas amarelas: a cor da saudade.

Capitulo 2 - Ticket To Ride PbABGar

Em meio a cerração que já nos acompanha na manhã, caminharia por entre as vielas da minha ilha natal. A cidade sempre bela, cheia de seu estranho tipo de vida, ainda assim sempre limitada pra mim. E de alguma forma, apesar do movimento nas ruas, era como se a única coisa que ainda me mantinha acordada eram as gotas caindo do céu sobre meu cabelo e minha asa solitária. Cobrindo a lateral do corpo com a asa quase como se fosse parte da minha roupa, protegeria-me do frio ao entrar e ir atrás do códice de mecânica. Não seria minha surpresa ao notar Leon e Anais chamar tanta atenção, talvez a surpresa sejam eles entrando em uma livraria pra início de conversa? Não pareciam o tipo de fazer isso no dia a dia, mas pode ser que os tenha julgado mal — Bom dia, gente! — iria me aproximando, guardando o livro embaixo do braço — Cês tão um caco. Tão procurando o quê?

Com um sorriso aberto após vê-los, livrando-me da minha melancolia, subiria até o outro andar buscando algum conforto para a leitura, principalmente ao ver que muitos ainda me olhavam lá embaixo. E lá, mais uma surpresa — Ué, tem encontrinho do grupo aqui e ninguém me avisou? Oh Leon, tão aqui, vem cá! — falaria um pouco alto, me arrependendo depois ao ver o ambiente de leitura e disparando desculpas tímidas e silenciosas caso tivessem mais pessoas ali. Mesmo que tenha dito de brincadeira, a idéia de terem organizado aquilo sem me chamar ainda me chateava um pouco, mas não é algo que deixaria ocupar muito minha cabeça no momento.

Daria um beijo seco na bochecha de Kim e então de Matt, me jogando confortável em algum lugar próximo no qual pudesse me sentar. Tomando meu tempo para ler os primeiros capítulos com atenção, assim que visse as comidas de Matt chegando, ia abrir um sorriso um pouco mais travesso. Tinha medo de ser inconveniente, mas a vontade de aproveitar aquilo também se mostrava grande — Ei, ei! Me dá um tico? — apontaria ao prato quando chegasse seu Graxa e Borracha, provando da guloseima se me permitisse. Antes que todos partam, reforçaria o horário que combinamos de nos encontrar, estendendo um pouco a conversa— e só mais um detalhe, minha casa tá meio bagunçada então tentem não ligar, okay? —. Me despediria deles quando necessário, um tanto ansiosa com o repentino silêncio, mas me focando no conteúdo em mãos "Vamo lá, foco. Esse livro é um molde, um corpo fechado do método, tenho que me aproveitar o máximo que puder desse conteúdo antes de hoje a tarde se eu quiser expôr minhas idéias de maneira mais concreta".



QUANDO A FLOR DESABROCHAR, A PROMESSA VAI SE TRANSFORMAR EM ORAÇÃO


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Hoyu
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Qui Jul 14, 2022 11:47 pm
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Leonheart Valentine


Não bastava eu ter apagado no meio da rua de Stevelty, parecendo uma mendiga largada no meio da sujeira que se acumulava no chão daquela ilha cinzenta, ainda por cima despertei com pingos d’água caindo sobre meu rosto, e logo me arrastei para baixo de uma cobertura de um dos prédios próximos, onde Anais já estava, perfeitamente arrumada. Nesse ponto, só conseguia imaginar o quão destruída minha roupa estava, batendo nela para tentar tirar a poeira e fuligem, e ao olhar para o céu escuro, por um instante acreditava que havia apenas tirado um rápido cochilo e que ainda era madrugada. Entretanto, já não sentia os efeitos do álcool e me sentia descansado, podendo apenas supor que já era dia, mas não conseguia ver o sol devido às nuvens cinzas de sujeira que a ilha formava, impossibilitando-me saber que horas eram. Estar em uma ilha que não se podia ver o céu tinha seus problemas. De qualquer forma, não podia ficar ali largado o dia inteiro. Anais parecia zombar de mim por eu estar sujo e ela limpa, trotando ao meu redor e se fazendo de fresca, e já estava perdendo a paciência. - Eu confiei em você para me ajudar quando estivesse embriagada, e você me abandonou! Agora lide com as consequências. – Sem cerimônias, montaria nela, não me importando se minha roupa com fuligem sujaria seus pelos rosados.

Andando um pouco por aquela cidade feia e suja, consegui encontrar um café livraria, exatamente o que precisava, e após descer de Anais para seguir a pé, fui entrando na companhia dela sem pensar duas vezes, seguindo direto para o interior sem prestar muita atenção se me repreendiam. Já estava cansado de não permitirem que minha melhor amiga me acompanhasse. Antes que eu me encontrasse novamente com os outros queriam estar bem preparado para a viagem, então não podia perder tempo, subindo diretamente para o segundo andar procurar livros sobre o preparo de peles e couro. Eu sabia como manejar elas para fazer lindas roupas, mas se soubesse como fazê-los eu mesmo, em vez de depender de outra pessoa, certamente o resultado final seria muito melhor, com especificamente os materiais perfeitos para as melhores peças de roupas. Felizmente aquele lugar era bem sinalizado, e conseguia encontrar o livro que precisava; poderia comprar ele, mas com a possibilidade de ler ali e economizar dinheiro, preferia ser mão de vaca, mesmo com a enorme quantia que havia recebido com a caça de Toth.

O que não esperava, entretanto, era a chegada do gerente para reclamar de Anais. Em primeiro momento já me preparava para reclamar, mas ao vê-lo, minha atitude mudou da água para o vinho. O gerente era um pedaço de mal caminho, e me derreti assim que o vi direito, agindo de forma extremamente amigável, até que ele cedeu, provavelmente por me ver cooperando. - Ouviu, né, Nana? Não toca em nada, tenha muito cuidado e não espanta os outros. Se se comportar ganha uma cereja depois. – Tentava subornar Anais, na esperança de que fosse o suficiente. O que me chama a atenção é que aquele homem parecia ser cego, nem conseguindo ver Anais, o que podia ser muito bom para mim. Se fosse fazer minhas investidas nele, poderia me aproveitar do toque para não só sentir seu corpo másculo, mas para seduzir ele com minha pele macia e feminina, como bundinha de bebê. Infelizmente agora estava ocupado demais com minha pesquisa, e costura era minha propriedade total, mas manteria aquele homem em meu radar para que pudesse encontra-lo depois.

- Aprendizado de Preparo -
Capitulo 2 - Ticket To Ride ERMGZCe

Com o livro em mãos e me direcionando para uma área de leitura, começava então meu esforço para absorver aquele conteúdo. Apesar do meu foco sem no uso das peles, logo pude perceber que não havia nenhum livro tratando dessa parte específica, me restando estudar o corte e uso do animal como um todo, incluindo sua carne. Em partes era um conhecimento interessante, mas como não sabia cozinhar, não me parecia muito útil saber as secções de corte de carnes, mas acabei lendo tudo para não perder nenhuma informação que fosse ser importante para a parte do corte das peles. Enfim, após muito estudar sobre os diferentes tipos de cortes possíveis de se extrair do corpo de diversos animais, comecei a aprender sobre a extração de peles e couro, além de outras partes menos convencionais como penas e escamas.

Através do livro, aprendi como extrair cada parte precisamente, lendo os pontos corretos de corte para remover apenas o que precisava, através de infindáveis diagramas e ilustrações pontilhadas de vários ângulos diferentes. Tendo aprendido a extração, assim como havia sido com a parte das carnes, me aprofundei em tratá-las, deixando-as pontas para o uso sem que acabassem estragando, por virem do corpo de um animal, e como armazenar cada parte com segurança. Li sobre o uso da pele e couro de vários animais diferentes, cada um com suas próprias características, e após um tempo, sentia que já sabia o suficiente sobre como preparar peles para minhas vestimentas, além de outros conhecimentos relativos ao assunto que não dava tanta importância.

Capitulo 2 - Ticket To Ride ERMGZCe

Sem um relógio para saber o horário ou um sol para me basear, acabava sem saber quanto tempo havia passado desde o início dos meus estudos, tendo apenas o som do meu estomago para me instruir a dar uma pausa. Assim, tento terminado aquele assunto, subiria para o último andar, buscando um lugar para sentar e pedir um café da manhã. . -Me traz uma dessa pasta térmica e... Esse lubrificante vívido. – Pensei um pouco se valia a pena tomar mais álcool, mas é como dizem, a melhor forma de combater a ressaca é bebendo mais. . - E uma salada de frutas pra Nana. – Com o pedido feito, apenas esperaria ele chegar.




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Kekzy
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Sex Jul 15, 2022 4:30 pm
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A manhã inteira tinha se passado, adentrando um pedaço da tarde. A garoa leve em Stevelty tinha cessado e a temperatura aumentado mais um pouco, como esperado. A tendência era que permanecesse estável até o cair da noite, quando voltaria a ficar um pouco mais frio. Era uma pequena variação na sensação térmica dentro da cidade em razão das condições particulares ali encontradas. Lá fora, na floresta, a temperatura tendia a ser sempre a mesma. Nesse momento, quem andasse pelas ruas da cidade encontraria resquícios de sujeira condensada no chão, que muito parecia uma graxa preta. Na verdade, mesmo ali na cobertura da livraria e café era possível observar esse fenômeno. Felizmente, para os visitantes, um robôzinho de ferro velho enferrujadíssimo, dessa vez em forma de disco, rodopiava pelo chão, aspirando a sujeita e deixando a laje limpinha.

Poc! Bateu inofensivamente nos pés de Kimberly, tentando andar para a frente. Esses tipos de robôs realmente eram meio burrinhos. Após tentar e tentar, resolveu mudar o caminho antes que fosse chutado. whoom, whooom, era um tanto barulhento, como tudo naquela cidade. Sumiu quando o andar ficou limpo, sem perturbar mais a leitura dos presentes. Não sem antes Valentine impedir que Anais desse um coice bem dado no gerente, insatisfeita com o pronome utilizado. Talvez até não fizesse isso em condições normais de temperatura e pressão, mas já estava um pouco chateada, mas cedendo completamente à voz apaziguadora de Leonheart e o suborno da cereja.

Matteo e Leon se deliciavam com uma Pasta Térmica, a qual chegava ao mesmo tempo para cada um. O segredo deste prato estava no pedaço de proteína super super quente encontrado no meio da porção generosa de macarrão que o envolvia! A diversão do prato estava em controlar a temperatura da comida. De um lado do prato, você podia adicionar ingredientes frios que iriam esfriar o macarrão ao ser retirado com o hachi ou garfo; de outro lado, você podia adicionar ingredientes mornos a quentes para manter a temperatura do prato principal ou mesmo desfazer alguma cagada no meio do processo, como derrubar todo molho frio por cima do macarrão - e tinha quem gostasse. Tudo era controlado pela adição de ingredientes e paciência, esperando que a carne tornasse o frio em morno e o quente em morno; o frio em quente, o quente em frio... as opções eram as mais variadas possíveis e testar diversas combinações era o que fazia o prato ser tão popular! Mais que isso, por ter diversas combinações possíveis, as pessoas sempre acabavam por achar as que mais gostavam.

A Graxa e Borracha não era tão engenhosa, mas a massa de brownie realmente era mais espessa, lembrando um aspecto realmente mais borrachudo. A graça da comida estava em que a cada mordida essa "borracha" expelia um delicioso chocolate, sem que o chocolate líquido escorresse para o prato e fosse desperdiçado, como acontecia com a massa tradicional. Era como comer um grande bubbaloo de brownie. Myriam também sentia o delicioso gostinho da sobremesa - podendo estar habituada ou não, por ser uma comida local - ao pegar um pedacinho da comida de Matteo, que tinha a sua Compulsão saciada.

Sobre o Lubrificante Vívido... bem... esse era um drink meio afrodisíaco. Era muito popular em boates por deixar uma sensação de leve queimação na boca, a qual era aliviada e dava lugar a uma sensação de frescor após um beijo bem dado. Tinha um leve estímulo para essas atividades carnais, aumentado um pouco a desinibição da pessoa, afinal era alcoólico, mas nada com efeitos fortes ou absurdos, variando muito de pessoa para pessoa - algumas até a utilizavam como desculpa e cantada. As pessoas se beijavam após bebê-la por livre vontade, por saber dos efeitos em duas etapas da bebida; se alguém não soubesse, talvez ficasse com aquela sensação - que não era ruim, mas a próxima era melhor - na boca e ficasse por isso mesmo.

O próprio gerente fazia questão de deixar os pratos e as bebidas, bem como a salada de frutas de Anais. — Fica por conta da casa a salada - declarava. Podia parecer legal, mas na verdade só estava pensando em mantê-la ocupada, para que não causasse problemas. Além disso, aproveitava para observar o grupo. Se parecem para contra observar, notariam que o homem passava mais tempo que o necessário ali, olhando as características de cada um, ainda que sob um pretexto disfarçado.

Por fim, Kimberly, Myriam e Leon, tinham passado longas horas estudando sobre seus respectivos assuntos de interesse. Deshayes completava sua leitura sobre Psicologia; Myriam, o livro sobre Mecânica; Leon, o livro sobre Preparo. Os últimos dos sentiam-se preparados para utilizar os conhecimentos adquiridos, enquanto Kimberly ainda sentia a necessidade de uma experiência mais prática.

[...]

Foi com esse pensamento que a mulher se despediu dos presentes após satisfazer a barriga de dama com um sanduíche nem tão natural, mas tão natural quanto podia pedir ali, por uma bagatela de B$ 3.000. Entre o caminho à clínica, fez uma rápida passagem em um mercadinho para comprar alguns lenços úmidos de assoar o nariz por B$ 100 a unidade; para a dama, de limpar o salão. Chegando no local destino, marcou uma consulta para uma psicóloga muito especial e charmosa: Jin Meow, responsável por manter a sanidade de tantos cidadãos de Stevelty! O primeiro contato ocorreu com um ar muito ar profissional. — Boa tarde, então você é a Kimb... Kimberry - ajustou o óculos, certa que falou o nome correto.

Então, do que vamos falar hoje... como foi o seu di- o quê? - se interrompeu ao escutar Kimberly. — O que te faz pensar que te ensinarei minhas artes secretas de cuidados da cabeça?! Ah, entendi! Você bateu a cabeça, Kimberry, é por isso que veio até mim. Não se preocupe, com um pouco de repouso você vai voltar ao normal, aqui está, trinta dias de repouso e 2mg de Akineton por dia durante seis meses e está feito, seus problemas acabaram! Próximo! - exclamava, arrastando um laudo médico para frente de Deshayes.

Capitulo 2 - Ticket To Ride 5381cb2588afd40c3e65ac837e6fddd7


Isso tudo sem deixar a donzela falar, até que finalmente teve a oportunidade de prosseguir. Após esclarecer a sua proposta, um sorriso surgiu de ponta a ponta no rosto da profissional. — Eu achei que você tinha batido a cabeça, mas parece que está mais sã que imaginei! - com um rápido movimento de mão, o qual mesmo Kimberry teve dificuldade de acompanhar com o olhar, o laudo e atestado sumiram de sua frente na mesa, já que estavam sentadas frente a frente, como doutora e paciente. — Do que estávamos falando mesmo? 300.000 berries? Mais 50.000 da consulta, dá um total de 350.000 berries. Por isso posso te ensinar o máximo possível durante esse tempo, na verdade, por que não faz uns atendimentos comigo?! E eu achando que você estava aqui para roubar meus clientes, quem diria que tinha intenções tão nobres! Vamos, atenda para mim! Eu irei te corrigir no processo! Desse jeito posso considerar como um desconto e você terá mais de uma hora de aula! - erguia o rosto em um sorriso bondoso, gesticulando com a mão para que a estagiária viesse para o outro lado da mesa, enquanto chamava os pacientes.

Capitulo 2 - Ticket To Ride Gabriel-dropout-satanya

[...]

Noutro lugar, tendo comprado livros de Química, Lógica e Culinária por B$ 750.000 para posteriores aprendizados, Matteo se animava com a ideia de uma forja mecanizada, com processos automatizados que permitiam produzir em maior escala. — Huh? - a ferreira se desconcentrava quando o rapaz se exultava e avançava um pouco próximo demais da forja, falando alto em razão dos ânimos elevados. Não era como se nunca tivesse sido interrompida, mas passara tempo demais olhando para o Martini. Peng, peng, crack! - esse leve distúrbio fazia a mulher perder o controle sobre o processo de criação e uma espada se quebrava por a máquina bater mais que o necessário, afinal, o processo era semi-automático, na verdade, várias coisas ainda eram necessárias a gerência humana, como inserir e retirar os materiais e produtos em cada etapa do maquinário.

A partir dali um efeito bola de neve se deu. Tentando reparar o erro da fase final do processo, quando a arma estava praticamente criada, não tirou a tempo os materiais da primeira fase do processo, e ao tentar reparar esse erro, os materiais não foram resfriados devidamente na segunda etapa do processo... — AAAAAAAARGH!!! Você não sabe que não se atrapalha um ferreiro quando ele está trabalhando?!?! - chutou alguma coisa metálica no chão, bufando e virando-se bruscamente. Puxou uma alavanca e tudo que era engrenagem ou roldana parou. — Uff... - suspirou fundo, levando a mão ao rosto. Virou o olhar novamente para o rapaz, enrubescida. "Merda!" - pensou, com um amargo sentimento de culpa, pensando que os custos seriam deduzidos de seu salário.

O que está fazendo ai?! Ao que entendi você é um ferreiro, então venha me ajudar! Isso aconteceu por culpa sua, não vou ficar no prejuízo! - reivindicou, esperando recuperar o tempo perdido. Para sua surpresa, o ferreiro não sabia manejar as máquinas. — O quê?! Você está brincando comigo? Como um ferreiro em Stevelty não sabe... - a voz foi fraquejando, a medida que foi compreendendo. — Ah... você não é daqui. Huh... - se sentiu constrangida, deixando o silêncio permanecer entre os dois por algum tempo.

Pensando um pouco, logo formulou um plano. — Você forja convencionalmente, se entendi certo? - indagou. — O chefe estava realmente precisando de alguém para ministrar algumas aulas de forja convencional para nossos quatro funcionários. Se eu te recomendar a ele, eu ganho algo com isso, e em troca posso te ensinar a mexer nisso aqui - dava umas batidinhas na máquina, indicando que fazia menção a ensiná-lo a mexer em uma forja automatizada ao estilo de Stevelty. — Durante essas aulas você pode forjar o que você quer... o que acha? Aproveitamos e damos uma olhada, o que acha? Uma troca de experiência, todo mundo sai ganhando! - propôs.

Lá dentro, aceitando a proposta, Matteo encontraria um único espaço dedicado a forja convencional, além de três outros conjuntos de máquinas que englobavam e mecanizam processos importantes da forja. Um dia como professor podia ser uma experiência bacana, não era? Só não podia se atrasar demais para o encontro na casa de Myriam, assim como Kimberly, pois pouco antes tinham escutado a garota reforçar o compromisso marcado!


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Ravenborn
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Sáb Jul 16, 2022 11:29 pm
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ticket to ride

The girl that's driving me mad is going away, yeah, oh


Quando eu ouvi o alto crack! que o metal fez ao ser martelado pela forja automática, cerrei os dentes na mesma hora. Acho que ninguém precisava ser ferreiro pra saber o que aquilo significava, e depois daquilo, foi só ladeira abaixo, com a ferreira tentando controlar a situação enquanto o processo fugia de seu controle. E a pior parte é que era realmente culpa minha - bem, mais ou menos, eu acho - apesar de eu nunca ter imaginado que minhas perguntas iam terminar num desastre daquele tamanho.

Capitulo 2 - Ticket To Ride 0FTYryh


- "Ai, caramba...boa, Matt, mandou bem mesmo..." - eu fiquei quieto por um instante, absorvendo a cena e as reclamações da ruiva, que só depois se deu conta de que eu não era de Stevelty. Nisso, porém, ela acabou tendo uma ideia: uma que podia não só resolver meu problema de ter um lugar pra forjar, como serviria pra compensar ela pelo atraso que eu tinha causado.

Eu levei a mão até o queixo, pensativo. Nunca tinha pensado em ensinar essas coisas pros outros. A maioria do que eu sabia tinha aprendido sozinho ou em livros. Mas ao mesmo tempo...até que soava divertido. - Tá, antes de tudo, foi mal de verdade pelo susto de antes. É difícil me controlar quando eu vejo esse tipo de coisa, e eu acabei me animando mais do que devia, heh... - eu dei um meio sorriso, me explicando, mas depois de dar outra olhada na forja automatizada, um sorriso mais confiante se abriu em meu rosto. - Beleza, pode contar comigo! Eu nunca dei aula de forja pra ninguém, na verdade, mas poder mostrar na prática vai ajudar bastante. - decidi.

Assim, aceitando a proposta da ferreira, eu a segui pro lado de dentro da oficina, vendo que haviam várias outras daquelas máquinas por lá, que deviam ser usadas pelos outros trabalhadores pra cuidar dos pedidos da população. - Eu já trouxe os materiais comigo, então pode ir chamando os quatro enquanto eu arrumo as coisas por aqui? - pedi à ruiva, já que não sabia pra quem exatamente é que eu estaria ministrando a aula. Enquanto ela cuidasse de organizar essa parte, portanto, eu abriria a minha mochila, colocando-a num cantinho mais afastado do espaço, e começaria a tirar lá de dentro tudo o que fosse precisar usar: o kit de forja, com suas ferramentas, e também o material que eu tinha comprado no dia anterior.

Daí, com tudo arrumado, eu esperaria a ruiva juntar os funcionários dos quais ela tinha falado, esperando eles terminarem o serviço se fosse preciso - desde que não demorassem tanto assim, já que eu ainda tinha um compromisso mais tarde. - Todo mundo aqui? - eu me levantaria, olhando no rosto de cada um quando fosse a hora de começar. Pra ser sincero, a ideia de ensinar gente que eu nunca tinha visto na vida me deixava um pouquinho nervoso. - Prazer, pessoal! Meu nome é Matteo, mas podem me chamar de Matt. Eu vou ensinar a vocês um pouquinho sobre forja hoje...bem, forja convencional, já que não é em todo lugar que a gente vê umas máquinas como essas daqui. - apontaria com o polegar para uma das forjas automatizadas, ainda lutando contra a vontade de testar uma delas. Sem perder tempo, eu iria até a fornalha, acendendo-a, e depois vestindo os equipamentos de proteção. - Vocês podem só observar por enquanto, que eu vou explicando enquanto faço. Depois seria legal pôr a mão na massa também, pra ajudar a fixar... - eu comentei distraidamente, checando mais uma vez se tinha tudo pronto antes de começar. Tava na hora.

Eu já tinha uma boa ideia de como ia fazer as armas de todo mundo, mas agora precisava colocar tudo em prática. Tinha que ser cuidadoso ali...ou ia acabar ficando tão imerso no processo que ia esquecer de dar aula pros coitados dos funcionários da oficina. - Beleza, a gente vai começar com uma lança! - eu sorri, colocando o aço pra esquentar; começaria com a arma do Leon. - A temperatura do metal é beeem importante, então deixem aquecer direito antes de começar a trabalhar. - eu diria ao tirar o aço da forja, levando-o para a bigorna e começando a bater com o martelo. A ideia era fazer com que a lança como um todo fosse feita de metal, em vez de só a lâmina - que aliás, era a parte que eu trataria com mais cuidado, moldando-a de um jeito que pudesse ser usada tanto pra corte quanto pra perfuração, quase como uma espada curta no topo de um grande cabo de aço. Quando finalizasse a arma em si, usaria também tiras de couro, pintando-as com tinta rosa - pra combinar com a Nana - e fazendo-as cobrir toda a extensão do cabo, e depois de mais alguns detalhes decorativos, ela estaria pronta.

Eu explicaria todo o processo conforme fosse forjando, é claro. - Heheh, que tal? Bonitona, não acham? - eu brandiria a lança, orgulhoso. - Mas não estamos nem perto de acabar ainda. Vamos tentar com algo mais...delicado, dessa vez. - era hora de fazer o chicote novo da Kim. Esse era um pouquinho mais complicado, na verdade - em vez de fazer tudo com couro, eu pretendia usar fios metálicos entrelaçados pra correia. No entanto, eu tinha que levar em conta o peso e a flexibilidade, ou ela não ia conseguir fazer aqueles movimentos malucos direito. Também acabaria decidindo fazer um adorno no formato da cabeça de um leão separando o cabo da correia, só porque parecia legal mesmo. Pra parte do cabo, porém, optaria por usar couro, pra deixar mais confortável de segurar. Nada mal, ao meu ver.

Pra não perder o ritmo, eu logo partiria pra próxima da fila: a espada da Myr. Ela era forte como um touro, e a nossa linha de frente - queria dar pra ela algo que fizesse um bom trabalho tanto na ofensiva quanto na defensiva, e por isso... - Ouçam bem, nem tudo que a gente forja é só um pedaço imenso de metal em forma de lâmina...mas às vezes é quase isso! - ...a espada seria enorme. Tirando os detalhes, não tinha nada de complicado demais nessa aqui: era forja convencional no seu ápice. A lâmina tinha que ser grande e grossa, mas afiada também, ou não seria muito diferente de um porrete. - Acertem o metal com ritmo, ou não vão terminar nunca. E por favor, não forjem em cima do furo. Usem o centro da bigorna, o centro! - e assim, depois de um pouco de trabalho e refino, teríamos uma bela de uma espada.

[. . .]

Com as armas de meus três amigos prontas, eu provavelmente já tinha coberto basicamente tudo que precisava naquelas aulas. Depois de dar fechamento à coisa toda, eu iria de novo até a ferreira de mais cedo, meio cansado, mas pronto pra aprender o que tinha chamado a minha atenção naquele lugar pra começo de conversa. - O que achou das aulas? Eu ainda tenho mais uma arma pra fazer hoje, e estava pensando...pode me ajudar a usar essa forja de vocês pra forjar as peças dela? - pediria, ansioso.

A ideia da minha pistola nova já estava bem clara na minha mente - tão clara que, se fechasse os olhos, eu podia vê-la sem problemas. Eu queria fazer algo que fizesse jus a toda aquela tecnologia de Stevelty, e nada melhor do que usar uma forja da própria ilha pra trazê-la à vida. Assim, eu seguiria as instruções da ruiva, operando a máquina com cuidado, a princípio, e eventualmente me divertindo à beça com o processo. Quando tivesse todas as peças prontas, seria só uma questão de montar tudo - coisa que eu já tinha feito dezenas, talvez centenas de vezes. - Heh...hahaha, isso! Era exatamente assim que eu tava imaginando! - comemoraria, caso fosse um sucesso. Aquela sim era minha obra prima...por enquanto.



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Stevelty

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Leonheart Valentine


Tendo terminado meus estudos de como utilizar as peles de animais, o ronco de minha barriga me servia como aviso de que deveria comer logo, do contrário a fome ficaria maior do que eu poderia suportar. Seguindo junto de minha fiel companheira até o último andar, para minha grande surpresa pude ver Matt, Kim e Myr lá em cima. Claro, considerando o quão próximo aquele lugar era do restaurante em que estávamos na noite anterior, podia não ser apenas coincidência, mas praticidade, e já estava pensando em ir até eles fazer algumas piadas desconfortáveis como eu sempre faço, até que percebi a presença de uma figura que me fez ficar paradinho: o gente. Aquele gostosão estava logo ali, e por mais que antes eu achasse que ele era cego e não me via, sua postura me fazia duvidas dessa concepção, pois parecia mais estar observando todos ali presentes. Era uma sensação bizarra, mas talvez aqueles olhos mecânicos da coruja fossem algum mecanismo que servissem como olhos artificiais.

Não querendo fazer nenhuma besteira na frente dele para não estragar minhas grandes chances de ter um pouco de diversão com ele no futuro, limitei-me a sentar em uma mesa vazia com Anais. No final das contas, apesar de ter certeza que os outros haviam me visto, já que nossa dupla era demasiadamente chamativa, não tinha esperanças que viessem até mim por motivos óbvios, me limitando apenas a pedir a comida para nós duas. Quando ela chegou, outra grata surpresa foi que o próprio cegueta que a trouxe para mim, oferecendo a salada de graça, o que para mim era um óbvio sinal de cortejo, ao passo que me apoiei na mesa com o cotovelo de forma mais sexy que podia, olhando para ele de forma mais provocativa que conseguia, torcendo para ele ser capaz de enxergar de alguma forma e eu não estar me fazendo de bobo. - Ah, obrigada, garotão. Quem sabe eu posso retribuir o favor? - Deixava a proposta no ar.

A refeição era criativa e surpreendente, aproveitando aquele macarrão exótico, e provavelmente fazendo uma lambança no processo, e fazia uma anotação mental de comprar depois uma dose da bebida afrodisíaca para dar ao gerente durante minha investida para o amaciar. Após esperar um tempinho para apagar meu fogo devido ao efeito da bebida, já recuperado, desceria novamente para a área dos livros em busca de um que me explicasse como usar metais para produzir acessórios. Mesmo antes de o encontrar, já imaginava que seria algo como um guia de forja, apesar de meu intuito não ser fazer armas, mas sim cordões, brincos ou até componentes metálicos de roupas, como fivelas, todos muito mais delicados do que uma arma para combate, mas que, ao que tudo indicava, possuíam uma base em comum.

- Aprendizado de Forja -
Capitulo 2 - Ticket To Ride ERMGZCe

Tendo encontrado um livro de forja e manipulação de metais, uma folheada foi o suficiente para confirmar que ele continha as informações que precisava. Meu primeiro impulso foi o de pular os capítulos iniciais e ir direto para a parte de confecção de acessórios e semi joias, mas rapidamente percebi que isso era um erro. Para a confecção e manipulação mais delicada de metais, usavam muitos termos e referências aos capítulos anteriores que simplesmente me faziam não entender nada, como se estivesse em outra língua, me forçando a voltar e ler tudo. Com Matt no grupo, eu não precisava aprender como fazer armas, mas não parecia ter muita escolha naquele caso, e não queria depender do loiro para fazer minhas roupas. Assim, passei um bom tempo lendo sobre os tipos de metais usados na confecção de armas, sobre como utilizar a fornalha para aquecer um metal para em seguida aprender o método correto de moldar o metal e torna-lo mais resistente ao bate-lo, ainda incandescente, com um martelo em uma bigorna, dando forma e robustez, e enfim o resfriar.

A maior parte do livro era muito dedicada à forma de se fazer armas, e por mais desinteressante que fosse, li tudo para me preparar para o que realmente interessava. Acessórios menores passavam por um processo semelhante, mas com uma diferença fundamental: em vez de grandes chapas de metal indo para a fornalha, o material era cortado em pedaços menores e posicionado em moldes na hora de ir para o fogo, para que ao derreter tomasse uma forma mais definida, passando várias vezes pelo processo de aquecimento e resfriamento para atingir formas mais refinadas, além de retoques com maçarico e, assim como na produção de detalhes estéticos nas armas, lixamento e entalhe para enfim ficar pronto. Assim, após muito estudo, tendo aprendido primeiro a confeccionar armas de tamanho maior e mais grosseiras, consegui absorver como fazer objetos menores e mais delicados de metal, o que certamente ajudaria em meu ofício.

Capitulo 2 - Ticket To Ride ERMGZCe

Tendo terminado enfim mais um livro, a sensação de exaustão mental me abatia, de modo que buscaria então algum lugar para relaxar, como um sofá de leitura mais confortável. Buscaria também algum tipo de relógio nos arredores para saber que horas eram, afinal com tanta tecnologia por todo lado, era o mínimo que podia esperar. Não encontrando nenhum, atrapalharia sem remorso no coração o estudo da primeira pessoa que encontrasse. - Ei, sabe me dizer as horas? – Se não soubesse, procuraria por outra pessoa que soubesse me responder. Caso sentisse a fome novamente, ou percebesse que muitas horas haviam se passado, já estando na hora de outra refeição, subiria para o último andar novamente, evitando tocar na sujeira no chão e pedir um prato qualquer para comer, apontando aleatoriamente qualquer refeição no cardápio para ser mais divertido.



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Ceji
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Preparações Cautelosas
Parte III

Desde que eu havia vindo para Stevelty, se havia uma palavra que não saia da minha mente, seria "sujeira". Eu já estava cansada de me remoer silenciosamente quanto aquela poluição, ao qual só tive um pouco de paz justamente quando fui na floresta ao redor das ruinas, onde os resíduos eram substituídos por terra, lama e afins. Já era de se esperar que aquilo fosse deixar uma primeira impressão bem ruim comigo, que por um bom tempo se manteve sólida mesmo com novas impressões; mas, no topo daquele café/restaurante, parecia que nem tudo eram males. Mesmo em meio à poluição e sujeira, ambientes minimamente agradáveis prosperaram, em uma calmaria ímpar ao ruído de indústrias e engrenagens da cidade. Era de se esperar que um local onde as pessoas se alimentam tivesse um maior apreço com a higiene, mas, ver o pequeno robôzinho fachineiro foi o bastante pra me dar uma fagulha de esperança "Vamos lá, carinha. A sujeira está pra lá, faça seu trabalho!" Cutuvaca-o levemente com meu pé, como se tentando redireciona-lo toda vez que ele se chocava na mesa ou em mim, antes de me sentir burra por tentar interagir com um robô automatico, e parar.

Deixando o estabelecimento e o robôzinho para trás, parti em busca de uma tutora para a fase mais importante do meu aprendizado, mas mal imaginava o que me esperava naquele singular consultório. Embora eu nunca houvesse ido a uma clínica psicologica, eu tinha uma imagem mental do que imaginava ser um profissional da área, já que um espaço que permitisse o cliente se abrir teria que ter um certo conforto e acolhimento. Porém, a tal Jin Meow não poderia ser mais distante dessa concepção. Tagarela, escandalosa e julgadora, ela parecia o tipo que faria pessoas retraídas ficarem ainda menos propensas a se abrir, o que me fazia questionar se realmente conseguiria aprender algo dela "Bom, ela é a única psicóloga que eu achei, então não é como se eu fosse ter escolha. Resta torcer pra essa atitude dela ser a exceção, não a regra" Tentava me dar um pouco de esperança, mesmo que o jeito da mulher me lembrasse um pouco o jeito de Leonheart de agir, embora um pouco mais previsível - Não se preocupe, querida, não "roubaria" seus clientes mesmo que pudesse. Pretendo sair da ilha em alguns dias se tudo der certo, então não se acanhe - Declararia com sinceridade, já que realmente, ficar naquela ilha suja era a última coisa que eu quereria fazer. Esperava ao menos que com, essa noticia, ela não se desse ao trabalho de esconder nada que pudesse sabotar meu aprendizado.

–Aprendizado de Psicologia–

Com o trato firmado com Jin Meow, restava esperar o horário dos próximos pacientes, que felizmente não eram tanto tempo depois de meu. Mesmo que eu houvesse conseguido um horário logo cedo, a falta de outros proficionais na ilha significava que Jin atendia um bocado de pessoas, afinal. Dessa forma, no horário que seria equivalente ao da minha consulta, a psicóloga fez o possível pra resumir toda a teoria que eu precisava saber, desde projeções, influência de experiências passadas e formação de caráter, até técnicas terapêuticas de médio e longo prazo para tratamento dos pacientes. Algumas coisas eu já havia lido no livro mais cedo, mas ouvir da boca de uma pessoa experiente era incrivelmente superior.

Chegada a hora do próximo cliente, eu imaginava que iríamos fazer como a própria Jin havia sugerido de me deixar cuidar da consulta de um cliente, mas parecia que ela não era tão sem noção a ponto de deixar qualquer estranha cuidar do seu estabelecimento - Eu adoraria ter menos trabalho, mas antes de te por na frente, é melhor observar um pouco a pratica. Não queremos que você queime o filme da minha estupenda e magnífica clínica, não é? - E, assim como prometido, Jin me deixou com um bloquinho e uma caneta, me apresentando como sua "assistente" ao cliente, uma posição que não me agradava, mas entendia ser necessária. A consulta de seguiu mais ou menos como o esperado pelo que ela me ensinou, enquanto eu anotava todas as técnicas que ela usava, e as relações do histórico do paciente que eu conseguia correlacionar com as lições.

Enfim, logo chegava a minha vez de cuidar de um cliente. Não podia dizer que estava exatamente ansiosa, mas era inevitável se quisesse aprender. De frente pro novo cliente, eu começava por baixo, tentando lhe impelir a falar mais, para que eu pudesse entender melhor quem ele era e de onde se desdobrava o problema dele. Sempre que percebia que eu estava saindo do trilho certo, Jin fazia algum comentário sutil para me lembrar de algo que ela havia ensinado, o que, por mais que eu não quisesse admitir, foi uma ajuda e tanto. Ao fim da consulta, embora obviamente não houvesse tido o mesmo desempenho que a própria Jin Meow, graças à maior experiência, a consulta havia sido um sucesso, e com ela meu aprendizado de técnicas psicoterapêuticas - Por hoje é isso. Volte sempre que quiser pagar mais 350 mil!

–Fim do Aprendizado–

Saindo enfim do consultório após um bom tempo de estudo e prática e o devido pagamento pelo atendimento, era inevitável sentir um pouco de cansaço mental depois do extenso altendizado. Com o tempo passado, até mesmo meu estômago começada a pedir um pouco de atenção e carinho, já que minha única refeição no dia havia sido um sanduíche simples "Hmm, não acho que os outros vão querer se reunir agora. Posso me dar ao luxo de ir comer algo e continuar minhas buscas" Assim, me dirigiria novamente ao estabelecimento de mais cedo, visto que, pelo cardápio, eram mais focados em refeições completas do que em café da manhã. Subindo ao alto andar novamente, meu primeiro intinto era fazer uma rápida busca visual pelo robôzinho, me lembrando da cena de mais cedo, mas logo afastaria esses pensamentos e me sentaria, pegando o cardápio - Com licença, eu gostaria de uma Pasta Térmica - Pediria ao primeiro garçom ou garçonete que aparecesse, optando dessa vez pela massa já que não precisava me importar mais com o peso da refeição, uma vez que não estava mais despertando "É, não é de todo ruim" Pensava enquanto aguardava, olhando por uma das janelas do estabelecimento, me recordando dos meus pensamentos da última vez "...Mas ainda não vejo a hora de ir embora desse local"

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KIMBERLY DESHAYES
 

       
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Última edição por Ceji em Qua Out 19, 2022 9:39 pm, editado 2 vez(es)

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Qua Jul 20, 2022 6:35 pm
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Myriam Leuchten
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Stevelty - North Blue
POST 03





Havia comido uns bons quatro pãezinhos na manteiga frita com sobras do jantar de ontem hoje no café, o que já era praticamente uma tradição, mas a gulodice ao ver o brilho daquele doce de Matteo me impediria de parar por ali. Provando um pouco da sobremesa, chego a dar uma tremidinha de excitação. Não estava acostumada a comer tantos doces ou coisas diferentes, visto que não saio de muito de casa e meu pai é bem melhor com carnes e massas do que com guloseimas adocicadas. Quero dizer, não saía, pelo menos. Também evitava doces por meu metabolismo avançar o processo deles muito rapidamente, acelerando demais os efeitos de pico de energia e quebra de saciedade até em carboidratos mais complexos, mas mesmo com todos os contras, passar o dedo e provar o chocolate era uma tentação que não evitaria. Minha sobremesa favorita eram os sorvetes, independente de quais fossem, a sensação de um sorvetinho gelado na língua era realmente especial, mas realmente tinha um fraco pra coisas com chocolate em pó ou em creme. E pelo que pude ver até o momento, meu amigo loirinho também tinha o mesmo problema.

Capitulo 2 - Ticket To Ride Ys3iSZ1
Vendo o cenário ficando cada vez mais solitário, começaria a me embrenhar nas letras que compunham o livro didático. De partículas a máquinas extensas, de sólidos a gases e líquidos, todos mesmo em suas particularidades pareciam ser manipulados e atuar através das mesmas leis naturais. Aquele livro não era sobre essas leis, mas me ensinaria claramente como me aproveitar delas. Fazia sentido até certo ponto como funcionava a aplicação de força e resposta de mecanismos, mas para uns momentos em que minha mente se complicava mais nas especificidades do deslocamento corpóreo e movimentos de massa, aproveitava o fato de estar rodeada de livros para me reforçar com artigos básicos de física e calculo vetorial.

Inicialmente sentada, com o tempo já teria caminhado por todo o andar de cima da biblioteca, teria deitado no chão e me apoiado nas janelas, cada vez mais ansiosa com a idéia de botar o que lia em prática de alguma forma. Quando fechasse as últimas páginas, meus dedos já estariam se coçando para buscar uma válvula, hélice ou engrenagem para abrir e destrinchar.

Capitulo 2 - Ticket To Ride Anime-food-wars

E lá estava ele. Com o olhar cheio de más intenções, vestindo-me de instinto assassino, observaria o pequeno robôzinho limpador a se debater contra as coisas dispostas no local e recolher a sujeira. Tão inocente, tão frágil, tão... — Fofo! — me sentaria a seu lado, observando seus movimentos e comportamentos, como suas partes externas pareciam interagir umas com as outras e com o ambiente, e comparando isso com o livro. Satisfeita, me recolheria para fora do ambiente, descendo e pondo o material de volta em seu lugar.

Capitulo 2 - Ticket To Ride FKfzTen
Proficiência • Mecânica

Saindo do local, mesmo tendo completado o aprendizado do que eu queria, ainda me sentia vazia. A chance de sair de lá sem rumo e nada para aprender estava me queimando por dentro. Logo, descendo as escadas, levaria até a bancada um pequeno grupo de livros caso os encontre, dentre eles um guia de investigação, um sobre coerção e interrogatório, e um de rastreio, possivelmente vindo de alguma coleção policial, pensando em melhorar minhas capacidades nestas áreas visto a dificuldade que percebi ao lidar com isso no meu último encontro com piratas nas florestas, além de algo que chamaria minha atenção: um livro sobre técnicas de canto e um que ensina os fundamentos de notas e manipulação de diversos instrumentos musicais. Animada com os cinco livros em mãos, pagaria e os guardaria comigo assim que possível, deixando o local com um grande sorriso.

Voltaria direto para a casa, evitando de dar pulinhos para não parecer muito boba. Sempre tive uma paixonite secreta por música, e aqueles livros me atraíam como se fosse um sedutor aroma de perfume escondido em uma sala inodora. As vezes fugia do trabalho na marcenaria para ouvir alguma apresentação musical até ser enxotada por entrar de penetra, um dos poucos momentos de maior rebeldia pelos quais passei, mas valia a pena. Pai também me disse que eu tinha a voz da mamãe, e sendo ou não um de seus devaneios de saudade, ainda era algo que fazia eu achar que poderia levar o legado dela um pouco mais longe. Não era isso que eu estava fazendo, minha vida estava tomando outro caminho, não era marceneira nem uma musicista. Mas, quem sabe...

Chegando com um pouco de alarde em casa, abriria a porta com ânimo —PAEEE! Tem almoço? — me sentaria na mesa, independente da situação — Se não tiver feito, vai ter que comer da minha comida, heim! — me expressaria com riso no fundo de minha voz, mais alegria do que costumo expressar normalmente. — A turma que eu disse que conheci antes vai vir aqui hoje, belê? Quero te apresentar eles. — já o havia avisado, mas o faria de novo só pra desencargo de consciência. Vai que eu tava sonhando?


SING WITH ME, SING FOR THE YEAR, SING FOR THE LAUGHTER, SING FOR THE TEAR


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