2º Caneco - Double Trouble!

Toda uma confusão fora instaurada pela pequena Nina que ria da situação enquanto se afastava não agradando muito a Ademir que parecia não concordar com a vista grossa que seu dono fazia com a situação. Após toda aquela interação nada convencional entre a dupla, a chegada de um inesperado circo trazia certa surpresa ao grupo que, aos poucos se despedia – pelo menos da parte de Kenma e Ademir -, mas não sem antes fazer um convite para Nina entrar na marinha sugerindo que teria dinheiro de forma fácil.

A pequena curiosa com a sugestão tentou questionar o rapaz, mas quando se deu conta, o mesmo já havia sumido dali. Sem muitas opções, a garota notando a presença daquelas carroças, resolver seguir até o local para saber do que se tratava, e da mesma forma, Kenma também caminhava até lá em busca de algum serviço.

Nina não demorou para questionar quem seria o grupo, e de forma cortês, um dos marinheiros que faziam a segurança do local tratou de respondê-la. - É um circo que foi contratado pelo prefeito para animar o festival esse ano. Parece que as cantorias de Zeke já não são mais suficientes, ou algo assim. - Comentou o rapaz. - Quanto eu ganho? Você é uma garotinha bem curiosa, não?.. Ei, você! Preciso que fique em frente ao palco como segurança. - Parou a conversa repentinamente chamando a atenção justamente de Kenma que estava por perto. - Ah, então pergunte-o, já que ele ganha esse dinheiro todo, puffhahaha! - Ria o soldado que deixava os dois a sós enquanto seguia rumo até outro serviço.

A dupla agora estava junta novamente, e repentinamente certo silêncio tomava conta do festival, pois um velho surgia sobre o palco principal chamando a atenção de todos. - BOM DIA, MEUS QUERIDOS! POVO DE RUBECK, E VIAJANTES DE TODOS OS CANTOS QUE VIERAM ATÉ ESSA HUMILDE ILHA, DESFRUTAR DESSE LINDO FESTIVAL! É COM GRANDE ORGULHO QUE, ANUNCIO O INICIO OFICIAL DO SEPTERMBERFEST! - A multidão espalhada por toda a praça gritava em polvorosa. - É isso aí, prefeito! Que comecem os jogos, HAHAHA! - Algumas vozes se animavam. - COMO TODOS SABEM, DURANTE O FESTIVAL, AS PRINCIPAIS CERVEJAS DE NOSSA ILHA CONCORREM AO GRANDE PRÊMIO DE DISTRIBUIÇÃO ANUAL. E O NOSSO ÚLTIMO VENCEDOR, FOI A “BRANDT BAR E CHARUTARIA”, LIDERADA PELO NOSSO LARS BRANDT. - Alguns aplausos se espelhavam entre os cidadãos que congratulavam o atual campeão. - VALE LEMBRAR QUE LARS VEM GANHANDO NESSE ÚLTIMOS ANOS, MAS TENHO CERTEZA DE QUE ESSE ANO A DISPUTA SERÁ AINDA MAIS ACIRRADA ENTRE AS QUATRO GRANDE CERVEJARIAS DE NOSSA ILHA. ENTÃO, QUE VENÇA O MELHOR! - Mais uma vez os ânimos se exaltavam naquele lugar, onde era dada a largada da corrida cervejeira.

- E PARA ABRILHANTAR O NOSSO DIA, CONVIDAMOS UM EXCELENTE GRUPO CIRCENSE QUE NOS TRARÁ APRESENTAÇÕES INCRÍVEIS DURANTE O DIA TODO, ENTÃO APROVEITEM, POIS, ESSE DIA SERÁ INESQUECÍVEL! - Os aplausos encerravam o anúncio do prefeito que se retirava do palco enquanto a música que servia como um pano de fundo para o festival voltava acontecer enquanto se mantinha certa expectativa para as apresentações que o circo faria naquele palco.   

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Ponto-Situação do Personagem:

O prefeito havia dado o início oficial do festival, o que trouxe grande animação por parte do público novamente já que agora a briga pela melhor cerveja, aquela que teria o controle das vendas no próximo ano finalmente começava, um alvoroço que não fazia qualquer diferença para Kenma, e muito menos para Nina que até mesmo sugeria uma competição do melhor refrigerante.


O jovem bovino se alocava próximo ao palco tentando até mesmo algumas vezes tirar um belo cochilo, porém, com todo aquele barulho seria muito difícil. E com certa relutância de seu companheiro, se alocou em um dos bancos que foram instalados bem na frente do palco onde o circo já havia montado uma enorme tenda que carregava o seu nome, e a mesma se estendia até poucos metros ao chão onde ficava o backstage do grupo circense, mas que de fora não era possível ver nada.

Depois de mais alguns minutos, os aplausos eram ouvidos e acima no palco, um ser bem caracterizado e extravagante surgia batendo palmas junto do público enquanto sorria. - Olá, meu querido e respeitável público, senhoras e senhores, meninos e meninas, criaturas de todos os cantos, agradeço a presença de cada um de vocês aqui é uma grande alegria para nós. Gostaria antes de tudo de agradecer ao querido prefeito de Rubeck pelo convite. - Em reverência, o cerimonialista retirava sua cartola enquanto se inclinava agradecendo ao prefeito. - Então, que o show comece! - Assim o rapaz se retirava do palco enquanto uma dupla de malabaristas adentrava ao local se equilibrando em um monociclo.

Próximo dali um jovem rapaz bovino que estava assentado sobre um dos bancos assistindo tudo, aos poucos caia no sono por não estar muito interessado no que acontecia, ao contrário de um velho amigo que estava por vir.


Um pouco fora dali a pequena Nina também não se interessava muito pelo que estava acontecendo sobre o palco, principalmente com a disputa cervejeira que aconteceria em breve. Ao contrário disso, ela parecia se interessar mais pelos bastidores do grande show, caminhando de fininho até os fundos se camuflando em meio à multidão.

Contudo, ao tentar entrar na tenda montada atrás do palco central, a pequena logo foi barrada por um enorme e gordo palhaço um tanto quanto, assustador. - Onde pensa que vai, garotinha!? - O palhaço olhava bem fundo nos olhos da garota de um jeito bem assustador quase se agachando a altura de Nina, mas a explicação da anã logo mudou o humor do palhaço. - Aaaaah, então você quer conhecer como fazemos nosso show, não é!? Hihihihi, por favor, entre e conheça nosso pequeno... cafofo. - A criatura logo abriu a pequena cortina dando espaço para que Nina adentrasse o local que era imenso, cheio de pessoas bem exóticas que caminhavam para lá e para cá. Mas, havia algo de bem diferente nesse pessoal, pois, cada um deles se armavam com facas e agulhas por todo o corpo, porém cada uma delas sendo ocultadas e, antes mesmo que Nina pudesse reagir a essa visão, tudo ficou escuro para ela e Jeje, pois o mesmo palhaço de antes usava um enorme saco de pano para prendê-las, e em seguida borrifando algo dentro que, fazia com que a anã caísse no sono.

...

Após alguns minutos, a garota acordava no mesmo local, mas diferente de antes, ela agora estava dentro de uma pequena gaiola sem espaço o suficiente para que ela pudesse atravessar mesmo sendo pequena. Ao lado dela, Jeje estava pendurada com as pernas presa a uma corda ficando de ponta cabeça totalmente desacordada com a língua de fora, a pequena lhama babava tanto, que parecia não se incomodar com aquilo enquanto apenas dormia.

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Ponto-Situação do Personagem:

O desinteresse de Kenma por tudo a sua volta trazia para essa realidade um velho conhecido muito mais animado. Sem entender muito onde estava, ou que estava acontecendo, Shirou logo foi orientado pelo seu companheiro Ademir que explicou toda a situação, algo que não levou muito tempo para que o bovino se empolgasse mais do que normal, e ainda tomasse atitudes que fossem maiores do que ele deveria fazer.

De farda e tudo, Shirou chamou a atenção de todos ao invadir o palco de forma tão extravagante que fez até mesmo que a dupla de malabaristas se desequilibrasse e caíssem ao chão. - Ah, qual é!? Quem é esse maluco? - Dizia um deles que pedia a ajuda de sua companheira para se levantar. Apesar de toda aquela pompa, o bovino havia se espatifado com a cara no chão, tirando largos risos da plateia, e até mesmo alguns rostos envergonhados de alguns soldados que tentavam fingir não conhecer o maluco que ele era.

Ademir apesar de sempre reprovar as atitudes de seu dono, dessa vez se juntava ao mesmo para completar a dupla que, de forma instintiva Shirou provocava, lhes propondo um desafio enquanto puxava seu encantador par de espadas demonstrando toda a sua habilidade ao manuseá-las. - É sério!? - A dupla ainda desacreditada, e em partes ignorada, seguia olhando todo o show que Shirou se empenhava em mostrar ao adicionar faíscas de eletricidade provindas de sua natureza Mink, arrancando gritos e aplausos do público.

Vendo que toda aquela bagunça chamava a atenção de boa parte do público, a dupla apenas resolveu aceitar a situação e entrar na onda. Um deles voltou de dentro da tenta com um bastão de ferro contendo incensos nas duas pontas, enquanto o outro carregava consigo uma corrente que, em sua ponta havia uma pequena bola de ferro. - Que tal esquentarmos as coisas!? - Com um isqueiro em mãos, as duas pontas daquele bastão de ferro eram acesas, e a bola de ferro na ponta da corrente também, até que repentinamente, a dupla começou a executar movimentos coordenados e rápidos onde a corrente envolvia os dois, e o bastão constantemente era jogado para cima em meio a piruetas e cambalhotas criando um verdadeiro show em chamas.

E no meio de todo aquele movimenta, com um olhar rápido em direção a Shirou, o malabarista que manuseava a corrente, olhou de forma um tanto quanto suspeita, indicando que faria algo perigoso, e logo em seguida, atirou a ponta da corrente em chamas na direção do rosto de Shirou, mas antes que o atingisse, ele puxou aquela bola, deixando que apenas uma pequena bufada de ar quente fosse expelida do fogo e assoprasse então no rosto do bovino, finalizando assim a apresentação dos malabaristas, e ainda deixando certa provocação. - Que tal misturarmos os nossos movimentos? Cada vez que eu te acertar, você ganha um ponto, e cada vez que você me acertar, eu ganho um ponto... o que me diz? - O desafio era maluco, assim como o próprio bovino. - Não se preocupe, eu confio que você não irá me cortar com suas espadas. - Comentava um deles enquanto sorria de forma provocadora para Shirou.


As coisas não iam muito bem para a pequena dupla formada por Nina e Jeje, de forma bem sorrateira, a pequenina até tentou bisbilhotar o que havia nos bastidores daquele grupo circense, mas no fim acabou por encontrar uma emboscada trágica que levou a si e sua companheira a serem presas sem chance alguma de escapar... pelo menos por agora.

- Chefe, encontrei essa garotinha e o seu bichinho feio e esquisito bisbilhotando por aqui. O que a gente faz com ela? - A mesma voz boba era possível ser ouvida do outro lado da tenda onde que era separada por uma cortina. Nina e Jeje estavam em um espaço menor onde haviam alguns baús, tralhas, e até mesmo espadas, facas, entre outras mais armas brancas que se pudesse imaginar. A jaula sobre uma mesa alta e velha de madeira encostada no canto da sala.

Jeje acordava exatamente no momento em que outra criatura igualmente extravagante adentrava o local. - Hum... É uma, Tontatta? E ela tem uma lhama que também é pequenininha... NOSSA! Finalmente Punchy, você fez algo de útil pra esse grupo. Podemos vendê-los no mercado negro, o que vai nos render uma grana enorme! JOKIJOKIJOKIJOKI! Mas primeiro, vamos ao grande show do dia, até porque temos o prefeito na nossa mão, e logo o arrombamento aos cofres desses cervejeiros de merda estará feito. - Aquele homem falava e falava como se estivesse sozinho, quase que nem ligando para o fato da garota falar. - Olha, ela fala... que magnífico! - Antes mesmo que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Jeje atendia ao pedido de sua dona e cuspia no rapaz que, de forma instintiva, se esquivava da cusparada com facilidade.

- Ora, ora, ora, e isso são modos minha pequena!? Você não vai querer se separar da sua amiguinha, não é? Acho que a gente pode se entender aqui. Ah sim, entendi, você tem contatos né!? JOKIJOKIJOKIJOKI! Que coisinha exótica! - Nina de alguma forma desesperada tentava até mesmo barganhar com a criatura. - Olha, eu sou um pirata amante do ouro, bebidas não me trazem fascínio. Na verdade, elas me trazem é NOJO! - Uma cusparada forte era jogada pra cima de Nina que, por ser pequena, acabou ficando quase coberta daquele mau hálito. Contudo, aquele cuspe fez com que a garotinha escorregasse entre a grade, quase ficando presa com uma parte do corpo pra fora. - Opa, opa. Não vá querer sair daí, querida, preciso de todo o seu corpinho. - Com alguns dedos, a criatura empurrava Nina de volta para dentro da jaula. - Punchy, fique de olho na garota, não a deixe sair, nem mesmo esse bichinho fofinho. - Acariciava Jeje que parecia gostar do cafuné, apesar de ainda estar pendurada de ponta cabeça. - É hora de o rei... dar o seu show! - Anunciava o homem que ajeitava sua cartola enquanto se retirava do local. - Pode deixar, chefe. - Logo atrás dele, Punchy também seguia para fora deixando a duplinha sozinha novamente.

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Shirou se enchia de energia com os aplausos do público, e Ademir seguia na mesma onda de seu dono, diferente dos companheiros marinheiros que se desesperavam com tal atitude de seu colega de profissão ao subir uniformizado no palco sem se quer ser convidado, e ainda causa todo aquele alvoroço. Com toda certeza, as coisas não pegariam bem para o lado de Shirou, mas na contra mão disso, uma parte da multidão que jogava sua atenção para a apresentação circense, se animava com tal desafio proposto ao marinheiro que, sem pensar duas vezes, aceitou.

Sem perder muito tempo, o bovino iniciava uma sequência frenética de movimentos estonteantes que saltavam os olhos, misturando toda sua maestria com o par de espadas que eram imbuídos de eletricidade, mostrando o quão notável eram suas habilidades. Seu pequeno pet também se mostrava uma criatura muito habilidosa, criando combinações magníficas juntamente de seu dono.

Contudo, em meio a todos aqueles movimentos, a dupla de malabaristas parecia não gostar das provocações feitas durante a apresentação do marinheiro, especialmente o momento em que a eletricidade expelida pela espada coçou o nariz de um deles, fazendo o ferver por dentro de raiva. A travessia de Ademir entre as pernas do mesmo homem quase lhe tirou do sério, pensando naquele exato momento em chutar o animal, mas acabara por ser impedido pela sua companheira.

- Tsc... que seja. - Disse o rapaz que logo acendia as pontas de suas armas em brasa levando um leve sorriso malicioso em seu rosto. O público parecia apreensivo tentando imaginar o que a dupla de malabarista faria depois de tal apresentação do marinheiro. Um deles começava a girar a corrente em chamas criando um grande círculo de fogo, enquanto o outro rodava o bastão em várias direções criando arcos belíssimos.  

Seus movimentos eram agressivos, o calor que a corrente emitia era grande fazendo com que o mink pudesse se sentir um pouco incomodado, já que aquela não seria uma temperatura agradável para sua raça. Em um dos movimentos, a dupla misturou o bastão com a corrente, o fazendo se mover por toda a extensão daquela arma, até que em um dado momento, o bastão pareceu escapar do controle e acabou por se atirar na direção de Shirou e Ademir que parecia estar assustado com tal apresentação.

O marinheiro sentiu certa maldade no ato de seu adversário, e presando pela segurança de seu companheiro, levantou a espada com a intenção de parar o avanço daquele bastão. Mas, repentinamente a arma era agarrada pela corrente sendo puxada para trás, criando duas caldas de fogo que passavam ao lado de Shirou, deixando que o movimento defensivo do bovino atingisse apenas o ar, encerrando assim a apresentação dos malabaristas.

- UUUUUUUUUUHHH!!!! - As vaias eram ensurdecedoras ao marinheiro, já que o rapaz havia quebrado a regra e não confiado nas ações de seus adversários. - Desça daí, seu covarde! - A multidão não parecia mais estar ao lado do jovem bovino. - É... parece que você perdeu! Uma pena, melhor você se retirar. - Disse o homem que carregava o bastão que expressava um olhar maléfico e ameaçador para Shirou, mostrando que suas más intenções pareciam ter funcionado.

Após o incidente, a dupla agradecia em reverência o grande público que os aplaudia, quase ignorando a presença de Shirou e Ademir no palco. - SOLDADO HASEGAWA! DESÇA DAÍ DE UMA VEZ! - Uma voz forte e imponente surgia ao lado do palco. - O que pensa que está fazendo? Deveria estar trabalhando! - Assim que Shirou se virasse para ver de quem seria tal voz, notaria a presença de um ser enorme e corpulento, de barba e bigode muito bem feitos, e uma cabelo loiro extremamente bem penteado que brilhava ao bater do Sol. Aquele era o protetor da ilha e chefe do QG G-107, o Tenente Cliff Hardsoul.


A dupla estava mais do que incapacitada de agir naquele momento, nem mesmo o pedido de ataque feito para a lhama funcionou contra o esquisitão que fizera todo aquele discurso. Nina por um momento percebeu uma chance de fugir dali ao receber a cusparada de volta, e isso fez com que a pequenina se mantivesse em silêncio até que os dois finalmente se retirassem do local.

Agora que estava sozinho, fez um pedido que jamais imaginaria fazer na sua vida, e coberta pela saliva fétida de Jeje, Nina finalmente tinha a chance de tentar fugir daquele lugar. Se atirando contra as grades para forçar a saída, metade de seu corpo estava para fora, porém, havia ficado entalada entre as barras, o que consequentemente gerou mais um pedido inesperado. Completamente molhadinha, Nina com mais algum esforço finalmente conseguiu sair da gaiola.

Vasculhando o local, a tontatta avistou uma velha tesoura sobre uma caixa de ferramentas que lhe serviria para soltar sua companheira. A tesoura estava enferrujada, então aquilo acabou levando mais tempo do que a pequenina imaginava, precisando fazer mais força do que o normal para que a corda rompesse.

Após alguns minutos, a dupla finalmente estava livre e pronta para fugir, e assim Nina passou a procurar uma rota de fuga, e mesmo tentando evitar a única saída que havia naquele quartinho, a garota notaria que as paredes da cabana eram reforçadas com longas tábuas de madeira que impediam qualquer saída dali que não fosse brusca. Mas na pequena fresta daquela única saída, Nina perceberia que o local estaria vazio e, se aproximando de lá, teria uma visão de toda a tenda.


Agora que ela não estava mais ensacada, a garota conseguiria ver com mais nitidez como era o local. Aquela tenda era bem ampla e sem divisões de áreas. Haviam quatro mesas e quatro cadeiras com espelhos apoiados sobre elas, duas em cada extremidade, e nessas cadeiras haviam algumas bailarinas e palhaços que se preparavam para o show. O lugar parecia uma bagunça, fenos, brinquedos e acessórios se espalhavam pelo chão, e além das quatro pessoas que estavam sentadas se maquiando, mais seis caminhavam pelo local, estando três ao centro, duas mais próximas do quarto onde Nina e Jeje estavam presas, e uma ao fundo onde havia um carrinho verde.

A porta daquele carrinho se abrir e uma dupla de malabaristas adentrava o lugar enquanto a pessoa que estava por perto entrava naquele carrinho fechando a porta. Ao lado daquele carrinho, aquela dupla deixava encostada uma corrente e um bastão sobre o bloco de feno, enquanto um deles retirava de seu bolso um isqueiro colocando-o sobre a mesa da esquerda onde uma das bailarinas se arrumava.

A única saída para Nina estava bem na sua frente, porém, um caminho complicado e desafiador era o que lhe restaria encarar, e lá no fundo ela sentia que devia colocar o seu plano em ação contra aquele circo, mas para isso precisaria passar por todos sem que percebessem, pegar o isqueiro que estava sobre a mesa, e queimar o lugar. A pequena poderia se esgueirar pelo chão, ou talvez escalar os pilares de madeira e andar sobre as cordas bambas com lâmpadas presas que iluminavam o local. Só cabia a ela decidir, e a única certeza é a de que levaria Jeje consigo.

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