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Sasha
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Sex Fev 25, 2022 10:37 am
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Relembrando a primeira mensagem :

Pela dor a força, pela lembrança a honra (荣忆)

Aqui ocorrerá a aventura dos(as) Civil Alexia Siegfried. A qual não possui narrador definido.

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Akuma Nikaido
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Ter Mar 22, 2022 12:53 pm
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Akuma Nikaido
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"A whisper of doom on a wary breeze"

O vento cortante trazia um sinal de mau agouro para Alexia. Poderia ser somente sua mente lhe pregando peças e fazendo-a reviver a emboscada que sofrera? Com toda certeza. Mas a garota aprendera a confiar em seu instinto e preferia passar-se por paranoica a permitir que algo assim acontecesse novamente. Com bastante cautela, começava a analisar aquela irregularidade estranha que notara anteriormente. Mais que a visão, resolvia guiar-se pelo tato, passando os dedos em busca de encontrar algum alçapão ou algo que justificasse aquela pequena alteração.


Agachada, após alguns longos segundos tateando a região encontrava uma espécie de manivela. A irregularidade escondia um pequeno buraco, no fundo do qual o cabo encontrava-se. Acidentalmente, ao tatear e puxar aquela manivela, um alçapão abria bem abaixo de onde se encontrava, sugando-a para as trevas abaixo.


Ushi tentava puxar da memória se conseguia lembrar-se de algo daquela região de Flevance, mas não obtinha sucesso. Como ele mesmo imaginava, mesmo sua infância pobre não chegava ao limite da desumanidade na qual essas pessoas encontravam-se. Aquele pequeno pedaço era claramente um apêndice da cidade branca, criado para armazenar as pessoas que não tinham mais capacidade de servir ao reino de alguma forma. Ali, um terreno infértil esquecido pelos habitantes da ilha, não dava para saber se a região era de fato habitada ou servia apenas de ponto de encontro para atividades criminosas. O vento, soprando contra Ushi, tornava difícil que suas palavras ecoassem até Alexia. Até mesmo seus olhos tinham dificuldade de enxergar, tendo de lutar para manter-se abertos contra a parede de ar que chegava a ele, envolvendo seus ouvidos em um uivo como se risse do garoto.


Se, por um lado, o vento parecia brincar com ele, ao menos por outro ele trazia algo benéfico. Com o ar soprando na direção contrária a de Ushi para os casebres, enfim aquele odor parava de incomodá-lo, sendo soprado para longe. Mas talvez Ushi sequer tivesse tempo para agradecer, pois a seus olhos Alexia simplesmente desaparecia do nada. Em um momento a cunhada encontrava-se agachada, como se procurasse por uma moeda que caíra no chão. No instante seguinte, sua imagem simplesmente desaparecia, como se fosse sugada para outra dimensão. Se observasse a área com atenção, o homem perceberia a mesma irregularidade que Alexia notara antes, mas não seria possível ver, ao menos dessa distância, o alçapão ou o mecanismo que o acionara.


Mesmo o sexto sentido de Alexia não fora capaz de prever a repentina queda. A garota dava sorte de aquele alçapão levar para um lugar com menos de dois metros de queda, de forma a não se machucar muito. Por outro lado, a posição na qual caíra poderia ferir o orgulho da dama, esborrachando joelhos e palmas no chão, enquanto o quadril ficava estendido pro ar e o rosto mais perto do chão do que gostaria. Uma risada gutural fazia-se ouvir nesse instante, com o som preenchendo o local. — Okakakakakakakami! Parece que alguém interessante apareceu dessa vez. Mas você não devia entrar no esconderijo dos outros sem permissão, gracinha!


Se levantasse a cabeça, Alexia veria um humano com feições lupinas à sua frente. A maior parte de seu corpo encontrava-se escondido pelas sombras, com o rosto iluminado por uma única lamparina. Seus olhos eram negros como o breu que envolvia o restante do local; sua mandíbula projetava-se à frente, como se esticada por uma força invisível e trazia alguns caninos grandes demais para ficarem fechados dentro da boca; o nariz, ao contrário da mandíbula, parecia ter sido amassado, como se tivesse se quebrado após um forte soco no local, pois era negro, parecendo mais um focinho. A cor, inclusive, contrastava com o restante da face do homem. A cor pálida iluminada pela chama dava-lhe um aspecto quase fantasmagórico, o que poderia causar medo facilmente em muitas pessoas. Por sorte, Alexia não era uma delas.


Apesar de seus instintos alertarem para perigo e seus olhos evidentemente estarem vendo algo feral, o homem-lobo não parecia querer atacá-la, pois sequer se movia enquanto a garota observava o que conseguia. O que diabos estaria acontecendo ali?

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Kisaki Ushi
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Qua Mar 23, 2022 11:23 am
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Quando a brisa chega para nos dar algum alivio e quando ela surge apenas como sinal de mau presságio? Grandes filosofias da vida, as vezes a maré não sopra na direção que nós gostaríamos e precisamos simplesmente agir contra, lutar com as expectativas e conseguir superar as ondas, se fosse uma hora boa certamente minha cabeça se preencheria com as vezes em que estive no mar, muitas delas sem sequer tirar um tempo para respirar, aproveitar a vida, apenas isolado dentro de minha cabine enquanto as canções sobre guerra ecoavam da proa até a popa.

Me surpreendia quando via repentinamente Alexia desaparecer, não era difícil juntar um mais um e deduzir que aquela irregularidade no solo era definitivamente o motivo disso, olhei para cima por algum segundo, buscava tentar vê-la presa por entre as árvores, se não lá, só haveria de ter um lugar para onde ela pudesse ter ido, e este lugar era para baixo, Vamos lá, por quanto tempo eu poderia esperar para averiguar uma armadilha caso ela fosse minha? Não... Eu não deixaria o local, ficaria observando, principalmente se eu estivesse a enviado, se Alexia estava ciente de que enfrentaria um duelo, certamente ela fora desafiada para isso e seguiu feito uma coelhinha para a toca da raposa, quem quer que tivesse preparado aquilo deveria estar ao redor apenas observando para atacar depois. Continuei prestando atenção, enquanto injetava as munições dentro de minha arma.

Desta vez sim apontei o rifle para o local, logo após de rapidamente passar o olho aos meus arredores, para evitar que estivesse sendo vigiado ou que alguém estivesse se aproximando de mim pelas costas. Minha mira continuou apontada para o possível alçapão, confiando em minha dedução de que ela provavelmente estava presa e logo alguém surgiria para encontrá-la, permaneci imóvel apenas aguardando.

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Alexia Siegfried
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Qui Mar 24, 2022 7:57 pm
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Alexia Siegfried
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Ato I – Lâmina vinda da dor

O chão sumia sob seus pés. Imaginava que havia algum tipo de entrada mas definitivamente não esperava ser capturada por ela. A queda era curta e a Siegfried só podia agredecer, enquanto constrangida se erguia com as mãos ali, segurando firme sua claymore e estalando a língua em desaprovação. Ridículo.

– Tsc...

Seus olhos tentavam se acostumar com aquela escuridão com certa urgência, só para um senso de urgência subir em seu peito ao ouvir aquele som, sem dar mais espaço para o embaraçamento e a vontade de cortar o braço de quem fez aquilo fora. Ela empunhava a claymore cegamente com ambas as mãos em frente ao corpo, com uma guarda fechada enquanto tentava se atentar aos sons ao redor:

– Entrar? Vocês criaram algo para capturar pessoas que se aproximassem, eu não vim por vontade própria para esse buraco de tatu. Um método tão baixo.

Ela basicamente ralhava com o orgulho ferido e ainda meio constrangida, mesmo que seu tom mantivesse-se em uma linha serena de voz, sem oscilar. Ela olhava aquela imagem do homem que não avançava ou aproveitava de seu momento de vulnerabilidade e a lamparina.

Sentia que ainda estava em risco mas não parecia ser com relação ao homem, mesmo que tivesse uma aparência que causava desconforto. Ainda em guarda, segurava a espada com uma mão em frente ao corpo e pegava ela seu isqueiro, para tentar iluminar um pouco ali ao redor também:

– Fui enviada para esse ponto mas não para esse buraco, para receber uma mercadoria.. sabe de algo, sr...?

Seus olhos tentavam analisar o homem, ver se ele era algum oponente interessante de lutar ou se apenas tinha a aparência desfavorável concedida à ele pelos deuses mesmo. Tentava captar mais com seus ouvidos ali dentro também. Sua guarda alta era justamente para reagir caso a postura dele mudasse para uma hostil.
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Akuma Nikaido
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Sex Mar 25, 2022 9:18 am
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Akuma Nikaido
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"God, bless us everyone
We're a broken people living under loaded gun"

Nem mesmo o repentino sumiço de Alexia fazia Ushi sair de sua posição. Encontrara um bom ponto de observação e sabia que sua cunhada havia vindo para um duelo. Podia supor, então, que haveria alguém do lado de fora esperando sua armadilha fazer efeito. Com isso em mente, o homem deixava sua espingarda engatilhada, a mira travada no local onde a nobre desaparecera. O rugir do vento, cada vez mais alto, tornava difícil ouvir barulhos ao redor, talvez por isso o atirador houvesse resolvido olhar ao seu redor antes.
Enquanto isso, no subsolo, Alexia tentava retomar alguma dignidade que lhe restava, atacando verbalmente a armadilha na qual caíra. Descontente com o rumo que a situação tomava, conversava com o interlocutor tentando pegar informações sobre a mercadoria. — Okakakakakakakami! Meu nome é Thomas Rns. Sou o responsável por te entregar o pacote. Mas você chegou cedo, ainda estou terminando de prepará-lo.
Alexia, agora, prestava mais atenção na mesa que cobria o corpo de Thomas. Melhor adaptada ao breu, percebia dois embrulhos em jornal. O primeiro já totalmente vedado, o segundo ainda parcialmente aberto, sendo habilmente lacrado pelo lupino. A ferreira conseguia notar um material esbranquiçado ali dentro, antes de terminar o embrulho. — Normalmente a gente só deixa os pacotes na guarita, você é a primeira que vem buscar diretamente okakakakakami.
Voltando à superfície, Ushi deparara-se com a visão de um casal saindo da casa ao lado da que encontrava-se. Ambos aparentavam estar bem fracos e o cheiro... Exalavam um odor de peste. Tossindo, praticamente arrastavam-se na direção do garoto que, se nada fizesse, ouviria a senhora dizer: — P-p-por favor... Pode nos a-ajudar?
Thomas terminava de arrumar os dois embrulhos e então levantava-se. Se antes a mesa maciça não permitia que Alexia visse a parte de baixo do corpo dele, agora que saía e dava a volta nela a ferreira conseguia ver. Um corpo esbelto, esguio e musculoso. Os braços não seguiam essa mesma proporção, mas as pernas... Eram longas, grossas e certamente possuía dificuldade para comprar sapatos, porque o pé era no mínimo um tamanho 50. — Entregue esses dois pacotes para o chefe. Ele vai ficar com um e te dar o outro depois que conferir que está tudo em ordem. Vou abrir a porta para que você saia, preparada?
Mesmo que Alexia sentisse alguma sensação de perigo ou algo similar, não parecia que a criatura a atacaria. A "negociação" ocorria tranquilamente e a garota poderia partir sem demora. Ou resolveria ficar e chamar Thomas para o duelo? E Ushi, como lidaria com os pedintes no andar de cima? Isso era algo que descobriríamos em breve.

Histórico:
Alexia:


Ushi:

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Kisaki Ushi
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Sex Mar 25, 2022 10:32 am
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Kisaki Ushi
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Concentrado, ficava a espreita do que poderia vir a acontecer, sabia que se demorasse tempo demais eu deveria ir atrás para investigar, talvez não fosse uma armadilha e ela apenas se enfiou para dentro de um alçapão, claro que essa também era uma possibilidade, não éramos muito próximos, e claramente vivíamos com uma grande incógnita entre nós, por que ela me contaria mais? Devia me lembrar que a princesa não conhecia aquele lugar, não devia saber o quão sujo poderiam ser os blues, além das histórias que Sett devia ter contado, ela certamente seria ingénua o suficiente para invadir qualquer lugar de peito aberto... Mas eu já tinha visto guerreiros impressionantes, vivido de perto ao lado deles e ela não me parecia ser uma. "Se continuar assim... Acabará morta". Quase falei aos ventos, quando investiguei ao meu redor e minhas palavras foram pausadas pelo o que encontrava meus olhos.

Imediatamente senti aquele ar funebre vindo dos dois, que mais pareciam cadáveres ambulantes indo em minha direção, era só o que me faltava... Precisava continuar atento à situação de Alexia e agora tinha essas pessoas chegando cada vez mais perto, sua tosse ecoava em meus ouvidos como o badalar de um sino em missa aos mortos, não me parecia boa ideia deixá-los se aproximarem mais. Ouvi a mulher dizer enquanto dividia minha atenção entre a escotilha que minha não-tão-companheira entrara e o casal. Afinal, como um atirador devia saber utilizar bem de todos os meus sentidos, afim de conseguir um melhor entendimento sobre toda e qualquer situação, além de me permitir estar sempre de prontidão.

- Não se aproximem. - Exalava facilmente um tom de ameaça que anos de vida haviam me proporcionado, a arma ajudava bastante também nesse processo. Não era como se fosse atirar em pessoas inocentes e acabar alertando os "inimigos" de minha posição, ou que mais alguém, no caso eu, estava ali, mas o casal precisava saber que eu tinha a ferramenta para finalizar suas pífeis vidas e utilizaria se isso fosse preciso. - Apenas fale e verei se posso lhes ajudar. - Me permiti manter meus olhos focados na mesma direção de outrora, enquanto apenas meus ouvidos dariam atenção necessária a dupla que chegava próxima de mim. Minha cabeça já trabalhava nas possíveis hipóteses sobre o tal pedido de ajuda... Dinheiro? Poderia ser, alguma peste envolvendo o lugar? Era meu palpite em que apostaria mais, porém, na cidade deveria ter lido algo sobre uma peste em Flevance, ou comentários sobre... Por que esse vilarejo estava abandonado, afinal? Talvez agora pudesse receber o principio para responder esse mistério que pouco me incomodava.

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Alexia Siegfried
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Sáb Mar 26, 2022 12:46 pm
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Alexia Siegfried
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Ato I – Lâmina vinda da dor

Observava o homem realizar os pacotes, desviando brevemente os olhos quando seus pensamentos passavam pelo desconforto de estar envolvida com aquilo. Mas se aquilo a renderia boas lutas no futuro, era o que procurava, e ainda teria o metal para sua arma.

Além disso o próprio preparador parecia um ótimo adversário, embora ali não fosse um local interessante para lutar. Perguntava-se se ele não aparecia por causa de sua aparência certamente marcante. O ouvia, mostrando interjeição apenas com um "hum" expirado pelo nariz, enquanto aguardava analisando o físico do homem, sua óbvia dificuldade com vestimentas e todos os seus gestos de forma analítica, mantendo certa distância de tempo de reação.

Quando finalmente falava, era direta, contendo certo entusiasmo de ter encontrado um possível adversário à altura de suas habilidades de espadachim:

— Quero lutar com você, você luta? Eles não entram e perdem a oportunidade de ver um potencial lutador. Embora eu acredite que elas não tenham esse interesse como eu. Você parece forte de mais para ser apenas um preparador, sr. Rns. Um desperdício de talento natural.

Olhava brevemente para o pacote e dava a volta ali na mesa pegando e colocando em sua mochila, organizando para que ficasse coberta por baixo da roupa que havia trocado pelo traje de exploradora mais cedo, assim como por baixo dos utensílios, para equlibrar melhor a distribuição de peso e obviamente ocultar em caso de precisar mexer na mochila. Então... interrompia o movimento jogando a mochila para trás fazendo uma expressão indagativa, arqueando uma sobrancelha enquanto o olhava com a última pergunta:

– Não é só sair? Ou terei que passar correndo por um corredor de lava?

Piscava algumas vezes, realmente confusa com o "preparada". Deixava sua espada na bainha novamente e o encarava.

Estava realmente interessada na figura à frente como um oponente e em certa instância, curiosa com como seria o estilo dele. Provavelmente bestial, ele lutaria de quatro? Ou talvez usasse dos longos membros para atacar com grande distância protegendo o corpo. Sim, provavelmente.
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Akuma Nikaido
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Seg Mar 28, 2022 1:53 pm
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Akuma Nikaido
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"Keen to the scent, the hunt is my muse
A means to an end this path that I choose"

Ushi sentia uma certa repulsa ao observar o decrépito casal se aproximar. Isso aliado a sua preocupação com a cunhada fazia com que suas palavras saíssem em tom de ameaça aos pobres pedintes. Muitos poderiam ficar amedrontados, com toda certeza, mas o olhar na face de ambos era de que a própria morte era bem-vinda, talvez uma saída daquele tormento que passavam. Ainda assim, ambos paravam a uma distância segura, enquanto a senhorinha, com a aparência um pouco menos doente, dizia: — E-estamos há do-dois dias s-sem comer. N-não conseguimos trabalho po-porque estamos doentes. P-pode nos dar algum a-alimento? M-meu marido precisa s-se alimentar! Se Ushi olhasse para a face de ambos, poderia não só ver uma lágrima isolada escorrendo do rosto da mulher como também uma sensação de claro desconforto no fundo de sua mente.
Alexia, por outro lado, continuava a tentar analisar Thomas. Perguntava se o lupino também lutava, pois parecia forte demais para um serviço tão inócuo. — Okakakakakakakami! Você tem bons olhos, senhor...ita? Nunca fujo de um desafio! Quem sabe não consiga me sentir vivo com você, garota!
O lupino fitava Alexia por um instante, sorrindo enquanto sua forma ia mudando, até que ficasse com uma aparência humana. Cabelos tão brilhantes quanto a prata e uma barba grisalha marcavam o rosto de um homem mais velho e experiente, provavelmente ao redor de trinta e cinco a quarenta anos. As únicas feições animalescas que permaneciam em seu rosto eram o olhar. Os olhos de um feroz caçador, dourados para contrastar à prata, com uma pupila em fenda que dava-lhe uma aparência selvagem. — Sairei primeiro, veja como faço e repita.
Antes de retornar para perto da alavanca, colocava a mão embaixo da mesa e retirava uma espada longa de lá, pondo sua bainha em torno de suas costas. Puxava, então, a alavanca, fazendo com que o alçapão descesse e se abrisse para o térreo. Ainda com a mão segurando o mecanismo em sua posição, dava um rápido salto, fazendo seu corpo girar a 180º, soltando a mão somente no último instante, quando já se projetava para fora. No mesmo instante, a alavanca rodava rapidamente de volta para a posição original, fechando o alçapão e prendendo Alexia de volta em seu interior.
Ushi, dividido entre conversar com o casal que lhe pedia ajuda e observar o local onde Alexia desaparecera, era surpreendido por um rápido movimento, revelando um homem saindo de lá. Ao contrário de antes, não sentia o cheiro de sangue no local, mas também não possuía nenhuma capacidade esplêndida para tal. Entretanto, ao bater os olhos no homem, reconhecia os mesmos olhos que vira mais cedo. Aquele sem dúvidas era Thorns, Uivo Macabro. Mas o que ele fazia ali? E onde estava Alexia?

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Alexia:


Ushi:

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Kisaki Ushi
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Seg Mar 28, 2022 4:34 pm
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Kisaki Ushi
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As palavras seguiam do casal até mim e caía por terra todas as possibilidades talvez exageradas e pouco lúcidas que eu havia pensado, no fim eram realmente apenas duas pessoas extremamente pobres pedindo por algo que todos deviam ter acesso com facilidade, comida. Lembrei imediatamente de meus tempos de infância onde precisava roubar para comer e tive empatia imediata pelas pobres almas diante de mim, a ilha continuava igual, a pobreza continuava igual. Infelizmente.. Agora era um péssimo momento para me pedir comida, mas não tinha como negar... Por diversas vezes no mar vi esse cenário se repetir e em todas elas me angustiava, nem todos tinham capacidade para botar o dedo no gatilho e lutar para sair de onde estava, era uma pena, certamente o governo cairia muito mais rápido.

Ignorei por pouco tempo o olhar ameaçador que tinha em meu rosto para botar um sorriso quase amigável, enfiava a mão direita no bolso e retirava algumas notas, um total de dois milhões de berries, talvez um pouco mais, não parava para contar com precisão o dinheiro, era um valor pequeno para mim, que pretendia ainda nos próximos dias capturar algum pirata e acumular mais um pouco de valor monetário, não podia fechar os olhos para ajudar aquelas pobres almas a ter algum conforto nessa vida vazia. - Não tenho comida, mas pegue isto. - Já não tinha preocupação com uma possível praga que pudessem conter e não possuía repulsa para com os pobres, afinal, aquela era uma imagem de mim mesmo em um passado nem tão distante assim.

Ao entregar a quantia, apenas viraria novamente olhando para o local onde Alexia tinha se enfiado e voltava para a posição padrão em que estava. Era quando via um sujeito voar para fora daquela até então "armadilha" como eu havia especulado... Droga... Era com esse que ela teria um duelo? Buscava por manchas de sangue que pudessem comprometer o sujeito, mas por pouco tempo, até reconhecer seu rosto... Uivo Macabro... Um dos procurados naquela ilha, tinha plena certeza que Alexia não conhecia uma alma sequer em Flevance e que o tal pirata não era um velho conhecido de mim, nem de Sett. Duas opções se revelavam para mim, o sujeito tinha a capturado, talvez sem um combate, ou a matara de forma limpa e não se sujava de sangue, lembrava-me de Calibri, um dos membros dos guerreiros do mar que tinha uma incrível capacidade de realizar mortes tão rapidamente e limpas que quase nunca se sujava de sangue. Não podia dúvidas das capacidades do Uivo Macabro.

Eu tinha visibilidade dele, mas não parecia que o sujeito tinha notado minha presença... Precisava ser certeiro, mirei sua cabeça com calma enquanto ele se mantinha parado, mas milésimos eram necessários para que eu ajustasse minha mira, finalmente puxei o gatilho, deixando o som do disparo ecoar pelo local. Falei caso o casal continuasse ali.

- Entrem para casa. -

Tinha ciência de que era possível o homem não cair com apenas um disparo, talvez até viesse rápidamente em minha direção, portanto não pararia apenas no primeiro tiro, efetuando outros dois logo em seguida, desta vez tendo um maior alvo como objetivo, seu peito. Precisava me preparar para qualquer situação em que ele viesse em minha direção, logo esquivar-me-ia caso ele viesse, e sempre indo cada vez mais para trás afim de diminuir a velocidade de aproximação. - O que fez com a Siegfried? - Finalizava em claro tom de ameaça, caso o sujeito continuasse respirando após meus ataques.


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Alexia Siegfried
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Ter Mar 29, 2022 12:25 pm
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Alexia Siegfried
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Ato I – Lâmina vinda da dor

— Senhora.

Corrigia pontualmente, com certa avidez até. O que preferia mesmo era que a chamassem de "m'am", mas senhorita não. Ela não era uma criança ou uma jovem inexperiente, além de ser uma mulher viúva já. Mas a mesma apenas completava respondendo o restante:

– Um guerreiro reconhece o outro afinal.

Sua atenção mudava quando a forma do homem ia mutando repentinamente. Surpreendia-se, gesto que só era possível notar pelo leve arquear das sobrancelhas, quando ele tomava uma forma humana e isso realmente intrigada. Sorria de canto, isso mostrava melhor como ele iria lutar, ao vê-lo pegar uma espada. Agora sim, dois espadachins.

Apenas assentia quando ele dizia sobre como ele iria sair e agora entendia ao que se referia. A saída era ali pelo alçapão mesmo.

"Oh.."

A partir daquele ponto sua atenção estava no movimento ágil de Thomas. Ele se impulsionava no último segundo do salto na própria alavanca para subir. Era um espadachim de velocidade também, como ela pelo visto, uma nota sobre seu oponente que estava contente de tomar. Aquele sutil sorriso no canto dos seus lábios aumentava um pouco:

— Hmm... acho que encontrei alguém que vale a pena.

Comentava sozinha ali em baixo. O truque estava em ser rápido o suficiente para subir antes que fechasse, ou simplesmente segurar a alavanca para baixo. Ela mesma entendia bem de engenhocas físicas e de movimento corporal. Ficava interessada na técnica do homem mas sinceramente seria um tanto quanto mais patético ainda se caísse novamente, e o seu orgulho ferido pelo dia já ia bem. Além do mais, porque necessariamente precisaria obedecê-lo?

A ferreira ia com calma até a mesa, erguendo-a e a colocando de lado sobre a alavanca de forma a travar o mecanismo junto à peça de mobília. Testaria a firmeza daquilo, fazendo de forma que pudesse mesmo pegar um impulso na mesa ali na hora que corresse, enquanto analisava a distância do chão até a saída, a velocidade que precisaria e do impulso, antes de correr na direção. Na hora que alcançasse a mesa, saltaria pegando um impulso na ponta dela na direção que havia testado a firmeza, e se jogaria para cima e lado, mudando a direção do corpo se necessário, e agarrando a beirada com a mão, para se puxar para fora com suas técnicas de escalada.

Ela tinha seu próprio jeito de fazer as coisas afinal.
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Akuma Nikaido
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Ter Mar 29, 2022 3:13 pm
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Akuma Nikaido
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"Oh, like memories in cold decay
Transmissions echoing away"

Se ainda havia alguma dúvida sobre as intenções dos idosos quando se aproximaram de Ushi, todo e qualquer resquício desaparecia ao ouvir o pedido da senhora. Lembranças de tempos antigos vinham em sua mente, recordando tempos de fome e de miséria. Um sentimento de nostalgia lhe batia, trazendo algum conforto para si enquanto tirava pouco mais de dois milhões de berries e entregava à senhora. Mas por que memórias de sofrimento lhe traziam tal sensação?
— Uugh! M-m-muito o-obrigada! A mulher começava a chorar copiosamente ao receber aquela quantia. Dois milhões talvez não fossem muito para o atirador, mas aquela quantidade de dinheiro era uma pequena fortuna. Representava mais dinheiro do que aquela mulher vira na vida toda, sem dúvidas.
Enquanto isso, dentro do alçapão, Alexia observava maravilhada não só a transformação de Thomas, mas são ágeis movimentos para sair daquele buraco. Sabendo que não seria tão proficiente para realizar um movimento acrobático assim, resolvia usar a mesa para travar o mecanismo de retorno da alavanca. Um bom plano, mas que exigia algum tempo de preparo, principalmente pelo fato de estar carregando uma mesa de madeira maciça. A espadachim sentia a dificuldade de carregar aqueles mais de cento e cinquenta quilos mas passo-a-passo, ia colocando o móvel na forma como queria.
Se Alexia lutava contra a gravidade, lá em cima Thorns lutava contra Ushi, embora nem ele soubesse disso. O homem-lobo mal aparecia ao lado da guarita quando Ushi, concluindo que aquele pirata podia ter feito mal a sua cunhada, preparava a espingarda a fazia um primeiro disparo. — N-nãããoo... Ao mesmo tempo em que a bala saía, a senhora que ajudara saltava em sua direção, caindo sobre sua perna e implorando: — Não machuque o Tom, p-por favor! Não que ela pudesse impedir o atirador.
Mesmo que não disparasse mais, o primeiro tiro já havia sido disparado e, fosse Thomas uma pessoa comum, talvez já não estivesse mais nesse mundo. Mas o homem-lobo não possuía somente uma forma lupina. Talvez por instinto, talvez pelo olfato, já que o vento soprava da direção de Ushi para seu alvo, o lobisomem simplesmente saltava rapidamente na direção da guarita, usando-a para impulsionar-lhe em uma velocidade descomunal na direção do atirador. Um uivo gélido percorria o ambiente, seguido por uma única sentença: — VOCÊS NÃO TÊM HONRA!
Ushi, surpreendido, tentava afastar-se para minimizar a perda de distância entre os dois, mas o fato da senhora ter se jogado a seus pés o atrapalhava. Quando se dava conta, algo entre uma mão e uma garra segurava seu pescoço, erguendo-o no ar. A forma de Thorns já não mais era humana, retornando a aquele estado animalesco de outrora. — NÃO É UM OPONENTE DIGNO!
Com o alçapão abrindo após a mesa ter sido colocada, Alexia encontrava-se em meio a uma curta corrida para pegar impulso quando as palavras de Thomas atingiam seus ouvidos, estralando como um chicote. Seu orgulho não seria ferido por uma queda, mas colocava-se à prova por seu laço de sangue.
O atirador, preso pela pegada firme de Thorns, sentia o ar começar a faltar-lhe. Estava claro que seu oponente encontrava-se em outro patamar naquele momento, mas era salvo pela mesma senhora a quem socorrera antes. — Tom, não! E-ele nos ajudou! N-não o mate! O lupino ouvia a súplica da mulher e, com um ar desgostoso, jogava Ushi ao chão. — PRECISO DE SANGUE! ALGUÉM DIGNO! Rosnava, em meios a uivos de nervosia. Em alta velocidade, utilizava do ambiente para acelerar-se rapidamente, desaparecendo antes mesmo que o atirador pudesse pegar sua arma. E Alexia? A espadachim via a sombra de seu ex-oponente passar rapidamente por cima do alçapão, sumindo em direção às minas.

Histórico:
Alexia:


Ushi:

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Alexia Siegfried
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Ter Mar 29, 2022 3:45 pm
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Alexia Siegfried
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Ato I – Lâmina vinda da dor

Não possuía pressa para sair dali de baixo, era um fato. Alexia carregava calmamente a mesa, posicionando, travando o mecanismo e correndo com a satisfação de uma luta digna à sua frente até... ouvir aquela frase.

O gosto amargo enchia suas papilas gustativas pela ofensa que mais a poderia atingir dentre qualquer outra que pudesse ser feita para a guerreira Siegfried. O tiro que ia em direção ao seu desafiado, era quase tão ofensivo para ela quanto as palavras de Thomas. Parecia que ela havia armado uma emboscada, que havia atraído o homem para o lado de fora para ser pego por um único golpe serpentioso de uma arma de fogo na espreita.

– Isso não tem nada haver comigo! KISAKI, COMO OUSA?!

Lidaria com ele depois, seu objetivo era separar o lobisomem dele para que tivessem seu duelo antes de qualquer coisa, mas certamente não perderia seu último laço com o que era anteriormente sua família tão facilmente. Pelo que ouvia sentia o sangue ferver em raiva e urgência, visto que o próprio cunhado estava em risco.

Ela esbravejava enquanto se puxava para fora só para perceber que a divisão interior que a torturaria depois entre honra e família dissipava-se, ao ver a sombra passar sobre si. O seu oponente havia poupado Kisaki, não, havia repudiado atacá-lo ou mesmo à ela mesma porque não considerava um oponente digno!

Seu rosto estava com uma linha corada forte de um lado do rosto ao outro enquanto virava olhando para o atirador com uma expressão irritada, sua compostura caindo água abaixo a medida que ia falando e vinha à superfície o tanto que a incomodava, irritava e tirava de si o que havia acontecido:

– Não interfira entre o orgulho da minha lâmina e de meu oponente! Isso é tão... tão... URH. Inacreditável! O que estava pensando?!

Ela gesticulava no ar com as mãos, rodando os olhos para cima quando o seu ápice de irritação vinha em um exasperar pelo nariz similar a um grunhir. Via o estado dele, se estava ferido, e ao constatar que não tinha realmente nada, só ficava mais corada por realmente seu oponente sequer querer feri-los. Virava-se, falando uma última vez com o atirador antes de sair correndo na direção das minas, gritando para seu oponente:

– Não me atrapalhe! Thomas... foi um mal-entendido! Volta aqui, LUTA COMIGO!!!
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Kisaki Ushi
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Ter Mar 29, 2022 4:37 pm
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- Mas que porra! - Não sabia dizer se minha reclamação era sobre não ter acertado o disparo ou pela velha pular em meus pés. Me desequilibrava e olhava meu alvo novamente apenas para vê-lo avançar em minha direção em uma velocidade surpreendente. - Merd - O final da palavra era impedida de sair pela minha boca, quando as mãos daquele... Lobo? Agarravam minha garganta, fazendo apenas grunhidos de dor saírem de mim.

Era realmente assim que minha vida finalizava? Encontraria Sett mais rápido do que poderia imaginar no pós-vida. O sentimento de incapacidade me preenchia enquanto o ar sumia de meus pulmões. Ironicamente a mesma pessoa que me atrapalhava antes era quem parecia ter salvo minha vida, quando as palavras da velha faziam o tal, Tom, ou como eu havia lido, Uivo Macabro.. Entendi agora o por quê do apelido.

Lançado ao chão, sem força, coloquei a mão no pescoço dolorido enquanto respirava afobado, se já não fosse o bastante... Alexia me repreendia, aim, a maldita princesa estava viva e agora o grande problemático na equação era eu. De tantas as mulheres no mundo, irmão, faz sentido que tenha escolhido essa. Pela frase sobre o orgulho da lâmina quase pude ver um reflexo de Sett no contorno de Alexia, ou talvez estivesse apenas alucinando pela recente quase morte em falta de ar. Olhei para o céu e fiquei calado ao ser repreendido, não tinha o que responder.

Demorei alguns segundos para me sentar e me recompor, assistindo a mulher correr para dentro das árvores atrás daquela criatura. Olhei para a senhora e segui até minha arma tão jogada ao chão quanto eu estava à pouco. - Foi uma péssima maneira de me agradecer. Por quê fez isso? - Minhas palavras eram calmas, tinha cometido um erro e devia admitir isso sem orgulho, mesmo que estivesse descontente com as atitudes da velhota.

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Akuma Nikaido
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Ter Mar 29, 2022 5:49 pm
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"Followed dreams reaching higher
Couldn't survive the fall
Much has changed since the last time"

Entre a impotência de Ushi e a fúria de Alexia, não somente o casal mas também outras cinco pessoas iam aparecendo das construções próximas. Como se sentissem que algo importante estava acontecendo, os olhares curiosos eram atraídos para o pequeno grupo como chamas atraíam mariposas. E se por um lado o atirador via a imagem do irmão em sua cunhada, do outro a espadachim apenas saía correndo atrás de seu nobre oponente, tentando desculpar-se por tê-lo emboscado, ainda que sem querer.
— D-desculpe! Mas se você matasse Thomas e-estaria cometendo um erro... A senhora arrumava-se devagar, movendo o frágil corpo para sentar-se no chão, em vez de ficar nele desabado, como estava até a pouco. Seu marido também aproximava-se, sentando a seu lado. Com um gesto de mão, a mulher chamava aqueles que de longe observavam e Ushi podia ver melhor suas feições. Duas crianças, um idoso e dois jovens que poderiam tanto ser adolescentes quanto jovens adultos, seria difícil distinguir. Todos, entretanto, carregavam sem exceção um mesmo semblante: a fome pelo jeito era uma velha conhecida por aquela região.
Alexia corria o quanto suas pernas aguentavam. Descia em meio à trilha que levava na direção das minas, enquanto gritava por Thomas, ignorando completamente a discrição que o serviço exigira. Sua mente focava-se somente em uma coisa: recuperar sua honra. Porém, se o lugar onde estavam parecia esquecido por todos, à medida em que aproximava-se das minas via um pequeno acampamento, além dos próprios guardas do local erguerem armas enquanto a olhavam, tentando entender quem era a louca que descia correndo em direção a eles enquanto gritava algo sobre lutar.
Mostrando o dinheiro em suas mãos, um rápido brilho surgia no olhar dos que se aproximavam, um breve lampejo de esperança. Eles não precisavam trocar nem mesmo uma palavra. Todos ali sabiam o que fazer. A criança mais velha pegava o dinheiro com a senhora e mostrava que, embora fraca, ainda conseguia ao menos correr, indo na direção da cidade. Era verdade que a noite já caía e a maioria dos lugares estaria fechado, mas talvez ela soubesse onde conseguir provisões. A criança mais nova ajudava o idoso a sentar-se também, enquanto o adolescente corria na direção da floresta. — S-sabe, somente estamos vivos até hoje porque T-Tom nos protege. O s-sonho dele era p-partir e explorar os mares, mas ele sabe que, se for, n-não teremos como sobreviver.
As palavras dela saíam como lâminas e talvez machucassem Ushi mais do que a garra de Thomas em seu pescoço. Pela primeira vez, o senhor falava, e sua voz rouca e sofrida demonstrava a dificuldade em falar e manter-se respirando. — Se ao menos eu não tivesse adoecido, ainda poderia trabalhar... Seu olhar era de alguém moribundo, e a falta de brilho nos olhos dificultava a comparação, mas por um instante Ushi sentia um orgulho ferido, um brio que via na própria incapacidade algo inaceitável. A seu modo, poderia enxergar o próprio irmão novamente, pois a vontade de trabalhar e lutar contra um vil destino era algo que certamente poderia remeter à sua infância.
Inquietos, os três guardas criavam uma barreira física entre Alexia e o acampamento, supondo que sofreriam um ataque. O mais jovem, e talvez por isso mais corajoso — ou seria inconsequente? — bradava: — ALTO LÁ! Apesar de tomar a dianteira da situação, dava para se notar que nenhum dos três homens ali tinha experiência em combate ou estavam acostumados a fazer valer alguma autoridade. No acampamento em si, formado por trabalhadores das minas, as pessoas pareciam estar esgotadas demais depois de um duro dia de trabalho para sequer esboçar alguma reação assintosa. Apenas fitavam com curiosidade a cena que se desenrolava.
Não muito distante dali, no entanto, o barulho chamava atenção dos dois guardas das minas, esses sim profissionais no que faziam. Alexia não poderia ter certeza, mas possivelmente aqueles vultos que viam à distância eram os irmãos Greed. Ao menos o local onde estavam batia com a descrição de Cloyde. Por hora ambos apenas a fitavam, talvez por protegerem a entrada da mina não estavam dispostos a sair de perto para ir até ela, mas tal situação poderia mudar caso se aproximasse mais ou causasse alguma confusão.
Da floresta o adolescente retornava, trazendo consigo um monte de galhos e gravetos secos. Soltava-os perto de onde o grupo estava sentado e começava a arrumá-los em uma disposição conhecida por Ushi: estava preparando uma fogueira. O vento, por sorte, dava alguma trégua, permitindo que a chama se acendesse sem muita dificuldade. O frio da noite seria difícil de aguentar, mas ao menos o calor do fogo agora poderia ajudá-los um pouco. A criança mais nova voltava da casa carregando alguns utensílios. O atirador podia ver que todos eram bastante gastos e de baixa qualidade, mas ao menos serviam a finalidade culinária. E, bem na hora, a criança mais velha retornava com uma sacola cheia de legumes e uma outra com um pouco de carne. Não muita, mas ao menos o suficiente para duas pessoas.
Em silêncio, todos os jovens ali desempenhavam alguma função, preparando a comida que era colocada no caldeirão, pronta para virar um cozido em breve. A senhora sorria ao vê-los, enquanto seu marido e o idoso pareciam apenas concentrar-se em manterem-se vivos. — S-sei que não é muito, mas por favor junte-se a nós. Hoje poderemos comer com fartura! Fazia um sincero convite, ao qual caberia a Ushi aceitar ou recusar. Mas de uma coisa ele podia ter certeza: mesmo falando em fartura, era claro como a água usada no cozido que aquele "banquete" era racionado. Não que o dinheiro que dera fosse pouco, certamente poderiam comer esbanjando por pelo menos um mês todos os dias, quatro refeições. Mas notava-se, sem dificuldade, que aquelas eram pessoas temperadas pela dificuldade. Não deixariam que sua fortuna fosse embora tão facilmente assim.

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Alexia Siegfried
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Ter Mar 29, 2022 6:24 pm
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Ato I – Lâmina vinda da dor

A espadachim parava arfando um pouco ali no final do caminho, vendo que não havia conseguido encontrar o lupino em lugar nenhum. Obviamente, ele tinha quatro patas para correr, mesmo que ela fosse atlética o suficiente para fazer longas corridas e ter técnica para isso, a aceleração dele e o esforço eram menores que os dela. Olhava para o guarda que se pronunciava ali, parando e soltando a respiração entre os lábios, em um bufar meio exasperado, enquanto murmurava baixo olhando para trás uma última vez com os olhos estreitos de repreensão, uma última vez para Kisaki – mesmo que não a ouvisse:

— Maldito seja por atrapalhar minha batalha.

Fechava os olhos firmemente enquanto respirava fundo, recobrando sua compostura ao ver que perdera seu adversário. Não ligava muito realmente para os soldados ali, mesmo que chamasse sua atenção a presença dos irmãos Greed ali, distantes. Pensando bem, provavelmente a olhando para ter certeza de que não daria com a língua entre os dentes. Será que sabiam que ela era a carregadora da vez?

Pera.

Era isso, os irmãos Greeds! Eles saberiam onde Thomas estaria ou iria usualmente, certo? Já que faziam negócios, provavelmente era algo constante. A resposta estaria com eles. Alexia para os homens e fazia um maneio educado com cabeça, sua compostura retornando e sua voz comedida novamente depois de recuperar o fôlego, mesmo que seu interior estivesse inqueto diante da ofensa que carregava em seus ombros:

– Desculpem minha repentina aparição, estava atrás de meu oponente mas ele acabou desaparecendo na floresta. Vocês ouviram algo nas redondezas?

Sabendo que diriam não, visto que ela mesma que era mais experiente havia perdido Thomas, já completava em seguida:

– Posso perguntar para os outros? Ele deve andar muito nessa região, os outros guardas ali parecem ter mais tempo na região.

Queria aquela luta de qualquer jeito, sua honra estava na mesa para a espadachim, que agora estava mais persistente em seu objetivo direto de lutar com Thomas, e além de tudo aquilo, era um oponente realmente honrado. Era esse tipo de sangue que queria em sua lâmina em uma vitória.
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Kisaki Ushi
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Ter Mar 29, 2022 7:20 pm
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Então.. o tal Uivo Macabro era um bem-feitor no fim das contas? Olhei para aquelas pobre almas enquanto crianças se aproximavam... Exibindo os mesmos traços de fome que os idosos... Eu estava enganado em um aspecto crucial em toda a minha vingança, toda a minha busca por vingança... O grande pecado do governo não era ter matado meu irmão... Quer dizer, jamais os perdoaria por isso, mas o grande pecado deles era a má distribuição de riquezas... Enquanto uns tinham muito mais do que necessitavam, outros apenas morriam de fome... E não era esse o motivo para que meu irmão e eu viajássemos pelo mar? Estávamos fugindo da pobreza e lutando para conquistar um espaço dentro desse jogo de tabuleiro, um jogo onde sem trapacear ficava difícil de conseguir vencer... Afinal de contas, não eram aqueles os donos do jogo que estavam sempre com trapaças prontas? Como poderia haver igualdade assim? ... É... Esse era o grande pecado do governo, se não fosse por isso certamente teria crescido aqui nessa ilha, e teria uma vida feliz e tranquila, mas tinham me transformado no que eu era hoje, tudo isso por causa de um único problema... A fome.

Via no garoto magricela uma verdadeira imagem de meu passado, quando corríamos desesperados para comprar algo, com a barriga doendo... Dizem que o pior tipo de morte é essa. Abaixei minha cabeça, tinha cometido um erro ao tentar atirar no Uivo Macabro, tinha me precipitado e na pressa de tentar agradar à imagem de Sett em minha cabeça, acabava por falhar.
"  O sonho dele era partir e explorar os mares, mas ele sabe que, se for, não teremos como sobreviver. " A frase penetrava em meu peito como uma faca afiada. Quando abandonei a cidade, não tinha nada além de Sett, éramos apenas nós dois... Se fosse diferente também poderíamos estar estagnados ali. Eu não podia abandonar Alexia, nem deixá-la desaparecer de minha vista. Droga...

- Me desculpem, eu não fazia ideia, pensei por um breve momento que ele havia atacado uma... - Parava a frase, sem saber como definir exatamente minha relação com ela, havíamos viajado por dias pelo mar sem sequer olharmos um para a cara do outro, uma relação onde o silêncio reinava, antes mesmo de sairmos de Tsubasa. Não era minha companheira, muito menos amiga... Se fosse... Talvez eu estivesse junto naquele dia. Buscava a palavra exata para compartilhar, afinal, nem cunhada ela era mais. - Pensei que ele havia atacado Alexia. - Deixar no ar me era muito mais conveniente.

Olhei para o horizonte, na direção em que ela tinha corrido, voltei meus olhos para aquela família à minha frente e mesmo que o aroma da comida me atraísse para apenas relaxar e espairecer, deixei minhas últimas palavras. - Infelizmente tenho que recusar, mas espero que vocês tenham uma boa vida a partir de agora. Vou evitar um confronto com o Uivo Macabro, dou minha palavra. - Dito isso transparecendo seriedade, segui caminho correndo para o lado em que Alexia seguira, desejando encontrá-la para humildemente me desculpar pelo o que ocorrera.

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